Uma liminar emitida durante o plantão judiciário nesta sexta-feira (5), em Londrina, impediu a continuidade do protesto de caminhoneiros e motoristas de aplicativo contra a disparada nos preços da gasolina e do óleo diesel na região do Pool de Combustíveis, na zona oeste da cidade. Ainda na madrugada, os manifestantes montaram bloqueios nas principais vias de acesso ao complexo para impedir a circulação de caminhões. As carretas que fazem o transporte de gasolina, etanol, óleo diesel e gás de cozinha por toda a região foram bloqueadas pelo grupo. A manifestação, inclusive, chegou a causar o desabastecimento pontual de combustível em alguns postos da cidade. Em um estabelecimento da avenida Maringá, por exemplo, não havia mais etanol nas bombas por volta da uma da tarde desta sexta.

Os motoristas pretendiam continuar com o protesto por tempo indeterminado, mas a intenção caiu por terra por conta da liminar judicial. O chamado interdito proibitório, que acata um pedido da rede de postos Ipiranga, determina o fim dos bloqueios na região do Pool e proíbe os manifestantes de segurarem os caminhões. Em caso de descumprimento, a multa é de R$ 20 mil por dia para cada motorista.

A decisão judicial foi cumprida por um oficial de Justiça por volta das duas horas da tarde. Acompanhado pela Polícia Militar, o servidor comunicou os manifestantes sobre a liminar, e as vias de acesso ao Pool de Combustíveis foram liberadas pelo grupo. Em entrevista à CBN, o comandante do 2º Comando Regional da PM, tenente-coronel Hilberaldi Correia de Lima, garantiu que nenhum tipo de contratempo ou confusão foi registrado durante o cumprimento da liminar.

Do Pool de Combustíveis, os manifestantes seguiram para a PR-445, em Cambé, onde o protesto teve continuidade. Assim como o que ocorreu nos últimos três dias, o grupo fez o bloqueio parcial da rodovia, impedindo a passagem de alguns caminhões. O tenente-coronel da PM confirmou que a liminar obtida na Justiça não impede o grupo de protestar na estrada, mas adiantou que as forças policiais seguem acompanhando o movimento de perto, para garantir o direito de ir e vir para quem passa pelo trecho.

O caminhoneiro Lourival Santos, que ajuda a organizar o protesto, destaca que, apesar da liminar judicial, o grupo pretende continuar com as manifestações em Londrina nos próximos dias. De acordo com ele, é preciso chamar a atenção da população, e também do poder público, para a série de reajustes praticada pela Petrobras nos valores da gasolina e do óleo diesel que, desde o início do ano, subiram 41% e 34,1% nas refinarias, respectivamente. Ele pede por uma revisão nos preços, e que o Governo do Estadual zere a alíquota do ICMS para os motoristas.