QUINTA, 22/11/2018, 16:35

Advogado alega diferença de tratamento entre cliente dele e outro guarda municipal acusado de matar jovem na zona norte de Londrina

Declaração rebate nova decisão da Justiça, que voltou a negar transferência do agente para destacamento do Corpo de Bombeiros.

O advogado Marcelo Aparecido Camargo, que defende o guarda municipal Fernando Ferreira Neves, acusado de matar um jovem em Londrina, voltou a dizer, em entrevista à CBN nesta quinta-feira, que o tratamento dado ao cliente dele pela Justiça é completamente diferente do recebido pelo outro guarda que também responde ao crime, Michael Garcia. As declarações rebatem a nova decisão da 1ª Vara Criminal de Londrina, que voltou a negar a transferência de Neves da unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina para um destacamento do Corpo de Bombeiros.

Segundo o advogado, a primeira negativa levava em conta o fato de Garcia estar detido no quartel. Só que agora, de acordo com ele, o guarda já deixou a prisão, graças a um habeas corpus obtido no Tribunal de Justiça do Paraná, e, mesmo assim, a transferência de Neves não foi autorizada. A juíza da 1ª Vara Criminal, Claudia Bertolla Alves, baseou a nova decisão em um ofício do comando do Corpo de Bombeiros de Londrina, que destacou que a corporação não tem a menor capacidade de receber presos.

Fernando Neves foi preso quatro dias após a morte do rapaz, identificado como Matheus Evangelista, de 18 anos. O jovem foi baleado durante uma abordagem da Guarda Municipal no jardim Porto Seguro, na zona norte de Londrina em março deste ano. Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios, Matheus foi atingido no pescoço por Neves e morreu na hora. A polícia destaca, ainda, que o guarda teria omitido a situação e levado o rapaz ele próprio, com a ajuda dos colegas, para um hospital.

O advogado dele nega as acusações e garante, ainda, que, por conta de toda a repercussão do caso, Neves estaria sendo ameaçado dentro da PEL 2. Esse seria o principal motivo para a transferência dele, de acordo com o defensor.

O advogado já enviou ofício à Justiça pedindo esclarecimento sobre o porquê da suposta diferença de tratamento. Ele também não descarta recorrer das decisões no Tribunal de Justiça do Paraná.

Por Guilherme Batista

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