SEXTA, 21/02/2020, 19:48

Apesar de protesto e pressão de mães de alunos, Secretaria de Educação mantém decisão que acabou com o recreio nas escolas municipais de Ibiporã

Reclamação se deve pelo fato de o município ter definido a nova tabela de horários de forma unilateral, sem ouvir os responsáveis pelas crianças.

As crianças que estudam em período integral nas escolas municipais de Ibiporã, na região metropolitana de Londrina, devem continuar sem recreio. A polêmica começou no início da semana passada, quando os responsáveis pelos alunos foram informados de que o período de intervalo, normalmente feito às 9h, tinha sido transferido para as oito, horário em que os estudantes chegam para as aulas.

Em nota, a Secretaria de Educação de Ibiporã defendeu a mudança com o argumento de que muitos alunos vão para a escola sem tomar café da manhã, e que o recreio logo no início das atividades seria importante para que eles se alimentassem. Além disso, conforme a secretaria, a realização das aulas até a hora do almoço, sem um intervalo no meio, deixaria as crianças mais concentradas, e, consequentemente, aptas a receberem o conteúdo repassado de uma forma mais eficaz.

Apesar de todas as justificativas, a mudança não caiu nada bem entre os pais e as mães dos alunos, que realizaram um abaixo-assinado e até um protesto contra o fim do recreio. Eles criticam o fato de o município ter decidido a nova tabela de horários de forma unilateral, sem nenhuma discussão com os professores e os responsáveis pelas crianças.

Os pais também destacam que a maioria dos alunos não se adaptou à nova rotina, e que muitos deles estão sem ir às escolas por conta disso. Eles também afirmam que a nova carga-horária estaria sobrecarregando as crianças, que estão começando a estudar por volta das 8h30 e terminando só às 11h40 para o almoço.

Apesar disso, a modificação vai ser mantida pela Secretaria de Educação, que se propôs a analisar a reclamação generalizada dos pais e apresentar uma alternativa em trinta dias. A dona de casa Stephany Caroline Mori é mãe de um menino que tem autismo. Ela conta que, no caso do filho dela, a mudança foi ainda mais prejudicial. A mulher também rebateu os argumentos do município, que de as mudanças só trouxeram melhorias para o dia a dia de alunos e professores.

Por Guilherme Batista

Comentários