O IBGE calcula que o Brasil tenha cerca de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva. O correspondente a 5% da nossa população. Foi pensando nesse grupo imenso de brasileiros que um grupo de pesquisadores da UEL desenvolveu um aplicativo para celulares que oferece a possibilidade de comunicação entre pessoas surdas em atendimento emergencial ou consulta de rotina com dentistas.

O APP é resultado de um projeto liderado pelas professoras Elisa Tanaka Carloto e Maria Celeste Morita, do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, do Centro de Ciências da Saúde. O aplicativo Odonto Libras teve a participação de professores e estudantes de Odontologia, Design Gráfico e do Departamento de Educação.

O APP é grátis e foi desenvolvido em parceria com a Universidade Aberta para o SUS e a Universidade Federal do Maranhão, e conta com apoio da Associação Brasileira de Ensino Odontológico. A professora Elisa Tanaka explica que o atendimento da pessoa surda sempre esbarrou na comunicação e que o diferencial do APP lançado está nos vídeos gravados por um intérprete surdo.

Hoje, o país tem mais de 300 mil dentistas. Em Londrina, são cerca de 3 mil, segundo a pesquisadora. Por enquanto o APP, que é grátis, está disponível apenas para os celulares com sistema Android. Elisa Tanaka diz que outro ponto importante do aplicativo foi a criação de sinais para termos que até então não existiam na Língua Brasileira de Sinais, a Libras.

Outro aplicativo criado dentro da UEL, dessa vez por um grupo de professores e estudantes dos cursos de Ciências da Computação, Design Gráfico e Ciências Biológicas promete ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti e faz um check-list dos itens dentro e fora de casa que o morador deve conferir. Ele tem interatividade, histórico das verificações e acompanhamento das atividades mês a mês. O APP Combate ao Aedes também está disponível nas lojas de aplicativos.

O aplicativo forma ainda um banco de dados e com isso auxilia no mapeamento e localização dos pontos com mais infestação nas cidades. O APP é fruto de um trabalho anterior, um checklist físico elaborado pelo Grupo de Trabalho de Vigilância e Controle do Aedes, que desde 2015 realiza diversas atividades para promover a educação e o combate ao mosquito.