SEGUNDA, 10/04/2017, 16:48

Audiência pública discute mudança na Lei de Zoneamento de empresa de defensivos agrícolas

A multinacional ADAMA, instalada no Jardim Eucaliptos, Zona Leste de Londrina, defende Projeto de Lei que transforma o terreno da empresa em Zona Industrial 4.

De um lado, moradores do Jardim Eucaliptos, que reclamam de mau cheiro, contaminação e falta de transparência.Do outro, a ADAMA, multinacional de defensivos agrícolas, que está no bairro desde os anos 70, e que alega que a atual legislação restringe suas atividades.

Um projeto de Lei encaminhado pelo Executivo ainda na gestão Alexandre Kireeff atende a reivindicação da empresa, mudando de Zona Industrial 3 para Zona Industrial 4. O coordenador jurídico da ADAMA, Ricardo Barros, explica porque a empresa defende a mudança na Lei de Zoneamento.

O Plano Diretor municipal de 2008 prevê que qualquer alteração na Lei de Zoneamento pede um Estudo de Impacto de Vizinhança, que nada mais é que uma análise técnica desta mudança. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina tem poderes para vetar ou aprovar este estudo, além de encaminhar medidas para mitigar e compensar os possíveis impactos. Uma delas é o chamado Painel de Odores, que o IPPUL afirma se tratar de um programa de reeducação ambiental. Com ele, os moradores podem identificar se o mau cheiro é da ADAMA, ou das estações de esgoto da SANEPAR.

Para o IPPUL, a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo em 2015 causou uma inadequação no zoneamento da região. A ADAMA tem uma área construída de 27 mil metros quadrados, bem acima do máximo de 5 mil metros quadrados, dos empreendimentos da Zona Industrial 3. Assim, o parecer encaminhado pelo IPPUL foi favorável à mudança: de ZI-3 para ZI-4.

No bairro, alguns moradores estão preocupados com a medida. É o caso da costureira Marli Santos. Ela mora a poucas ruas da ADAMA, e reclama de mau cheiro.

Na opinião da geógrafa Barbara Hayashida, o impacto existe porque a ADAMA se transformou de empresa de pequeno porte, para uma grande multinacional. Ela entende que a mudança no zoneamento pode ser prejudicial.

O coordenador jurídico da ADAMA, Ricardo Barros, comenta que uma suposta expansão das atividades da empresa só seria possível com outro Estudo de Impacto de Vizinhança.

Cercada pelo parque industrial da ADAMA, está a chácara de Claudina Scopel. Ela está desde 1986 por lá, mas foi em 2005 que a chácara ficou mais especial. Claudina acolheu a mãe, que sofria de isquemia e enfisema pulmonar, e decidiu, para ajudar no tratamento, em arborizar o local. Hoje, o terreno deClaudina Scopel conta com mais de 1400 árvores de espécies nativas e passou a ser, em 2013, um Bosque de Preservação Permanente. Ela é uma das tantas partes interessadas no Projeto de Lei que pode alterar o Zoneamento da ADAMA, e deve comparecer logo mais, às19h, na Câmara de Vereadores de Londrina.

 

 

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