SEXTA, 08/07/2016, 19:15

Auditor aponta que empresas de pedágio ainda devem obras em mais de 600 quilômetros de rodovias do Paraná

Dado foi revelado em audiência pública em Londrina nessa sexta-feira. Representantes do setor produtivo pedem participação popular para que os contratos com as empresas não sejam renovados.

A Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa Contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio promoveu uma audiência pública em Londrina nessa sexta-feira para ouvir a população e representantes do setor produtivo sobre a renovação os vínculos do governo do Paraná com as empresas que exploram rodovias do estado. Tercílio Turini, do PPS, está entre os 31 deputados estaduais que integram a frente. As altas tarifas e as obras em ritmo lento estão entre os fatores que mais incomodam, como apontou Turini ao dar o exemplo do que é cobrado do motorista na praça de Jataizinho.

A Alep aprovou há poucos dias o projeto de lei que prevê que novos contratos de pedágio entre o governo e as empresas devem ser analisados antes pelos parlamentares. No entanto, para a matéria começar a valer, é necessária a sanção do governador Beto Richa. Tercílio Turini disse que acredita que Richa irá assinar a lei.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da região de Londrina, Carlos Roberto Dellarosa, criticou o fato de os deputados só terem começado a se mobilizar neste ano contra a prorrogação dos vínculos com as concessionárias. Para Dellarosa, a renovação só não irá acontecer se houver mobilização nas ruas.

O advogado Homero Lima era auditor do Tribunal de Contas do Paraná quando o TCE vistoriou os contratos de pedágio em 2012. Ele afirmou que uma possível renovação é “ilegal e imoral”. Segundo o advogado, a cinco anos do fim dos contratos, as concessionárias ainda devem obras em mais de 600 quilômetros de rodovias.

O ex-auditor defendeu a abertura de uma nova licitação em 2021. Para Homero Lima, a concorrência precisa se basear principalmente na redução das tarifas e na execução de obras ao início dos contratos.

Homero Lima declarou ainda que é real o risco de muitas obras prometidas pelas empresas não serem concluídas até 2021.

A falta de controle do governo do Paraná sobre quantos veículos passam pelas praças de pedágio também é motivo de preocupação. Tercílio Turini lembrou que o projeto que cria o chamado “pedagiômetro” foi aprovado no fim de 2015, mas a medida ainda não entrou em vigor e precisa ser colocada em prática até o dia 15 deste mês. Nossa reportagem tentou ouvir a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, mas o porta-voz da ABCR não foi localizado até o fechamento da matéria.

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