QUARTA, 06/06/2018, 19:39

Auditor fiscal Milton Digiacomo é condenado a nove anos de prisão pela operação Publicano 7

E o delator do esquema de corrupção na Receita Estadual, Luís Antonio de Souza teve o perdão judicial por conta da delação premiada.

O auditor fiscal da Receita Estadual Milton Digiacomo foi condenado a nove anos, um mês e seis dias de reclusão em regime fechado. Como a decisão é em primeira instância, ainda cabe recurso. Além disso, ele terá que pagar 72 dias-multa, tendo o valor fixado pela justiça de três salários mínimos mensais a cada dia de multa.

No entendimento do juiz Juliano Nanúncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, ele fazia parte da estrutura criminosa e “valeu-se da condição de funcionário público para perpetrar delitos contra a Administração Pública”. Ainda segundo a condenação, ele “praticou, de modo sofisticado, a lavagem de ativos advindos de tais crimes, de modo a ocultar sai origem ilícita, perpetuando o prejuízo causado ao erário público”.

O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Jorge Barreto explica que a sentença se refere a sala no Edifício Comercial Wall Street, que estava em nome de uma empresa de fachada, montada pela família do auditor fiscal Luís Antonio de Souza. Ainda de acordo com o promotor, apesar da sala estar em nome comercial, pertencia a Diagiacomo e era usada para a lavagem de dinheiro oriundo de corrupção.

Como condenação, o juiz determinou que o imóvel, comprado em 2013, seja destinado ao governo do estado, como forma de compensação. O promotor destaca que a maioria dos pedidos feitos ao juízo foi aceita, inclusive a perda do cargo público por parte do então auditor Digiacomo.

Quanto ao delator, Luís Antonio de Souza, teve perdão judicial por ter colaborado com a justiça.

A operação Publicano já rendeu 11 ações e apontou um esquema de corrupção dentro da Receita Estadual de Londrina. Auditores cobravam propina de empresários em troca de perdão ou diminuição de impostos. A reportagem conversou com Walter Bittar, advogado de Digiacomo, mas ele não quis comentar a condenação do cliente.

Por Claudia Lima

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