A Comissão de Administração, Serviços Públicos, Fiscalização e Transparência da Câmara Municipal de Londrina fez um convite para que os secretários municipais de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, e de Obras, João Verçosa, participem da sessão desta quinta-feira (17) do Legislativo. A ideia é fazer uma sabatina sobre as obras públicas que estão paradas ou atrasadas na cidade. A convocação partiu da presidente da comissão, vereadora Mara Boca Aberta, que relatou ter recebido uma série de reclamações sobre intervenções que tiveram início há anos e seguem sem prazo para conclusão. Ela citou como exemplo obras da área da saúde, como a reconstrução do posto de saúde da Vila Fraternidade, na zona leste, que teve início em janeiro de 2020 e precisou passar por uma nova licitação, e a nova sede do Samu, na avenida Dez de Dezembro, que começou a ser construída há dois anos e, atualmente, é alvo de uma série de questionamentos por parte da terceirizada contratada, que alega não ter condições financeiras de finalizar os trabalhos.

No caso da UBS da Vila Fraternidade, o município lançou licitação para contratar uma empresa para terminar o serviço por R$ 1,2 milhão. Já em relação à sede do Samu, o valor inicial do investimento, de R$ 4,5 milhões, já subiu para R$ 5,1 milhões após a aprovação de diversos aditivos pedidos pela construtora responsável. A vereadora espera que os secretários consigam explicar o motivo de tantos acréscimos e atrasos, e, ainda, apresentar soluções para evitar que as próximas obras públicas sofram dos mesmos problemas.

Os casos citados pela Câmara são apenas alguns de diversos registrados nos últimos tempos. Ainda na área da saúde, a prefeitura também enfrentou dificuldades para executar as reformas dos postos de saúde da Vila Brasil, na área central, do conjunto Vivi Xavier, na zona norte, e do distrito de Lerroville, na área rural da cidade. Enquanto que no primeiro caso a unidade foi entregue com dois anos de atraso, nos outros dois as obras ainda não foram finalizadas. Nas outras áreas, a situação é praticamente a mesma. O viaduto da avenida Dez de Dezembro, por exemplo, também foi entregue com dois anos de atraso. A revitalização do Bosque, por sua vez, foi finalizada apenas em janeiro deste ano, com cinco meses de atraso, após uma verdadeira batalha de recursos e aditivos. Já a trincheira da avenida Leste-Oeste, pelo cronograma original, deve ficar pronta até janeiro do próximo ano. A obra, apesar de, aparentemente, estar em dia, ficou consideravelmente mais cara no mês passado. Em 30 dias, a prefeitura aprovou dois aditivos pedidos pela empresa, subindo o valor total do investimento de R$ 25,5 milhões para R$ 32 milhões.