QUARTA, 12/05/2021, 18:34

Campanha do Unicef contra evasão escolar na pandemia ganha adesão de entidades

Promotora de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente diz que números são alarmantes, se acentuaram e muito durante a pandemia e que só retorno das aulas presenciais vai minimizar problema.

A campanha, lançada pela Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, ganhou adesão de diversas entidades, entre elas o Tribunal de Contas do Paraná e o Conselho Nacional do Ministério Público, que assinou inclusive um memorando de entendimento para criar políticas que reforcem a chamada busca ativa e se evite a evasão escolar. A ideia é ampliar a colaboração entre as instituições e mobilizar gestores públicos e outros agentes para enfrentar o problema, principalmente na educação básica.

Uma das obrigações do órgão, definidas no documento, é a de disseminar dentro do Ministério Público os projetos do Unicef que tratem do tema e ainda traçar estratégias práticas de atuação, além de estimular ações necessárias à busca ativa e, principalmente, à matrícula dos estudantes.

A promotora Josilaine Aleteia Cesar, da 10ª Promotoria de Londrina, especializada na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, diz que não tem os números exatos da evasão escolar em Londrina, mas afirma que eles são alarmantes e se acentuaram muito durante a pandemia. Uma pesquisa do IBGE apontou que, no fim do ano passado, mais de 5 milhões de crianças brasileiras entre 6 e 17 anos não tinham acesso às atividades escolares.

A promotora diz ainda que, por conta do aumento da evasão, o Ministério Público ajuizou ações, contra o Município e o Estado, pedindo o retorno das aulas presenciais, que na avaliação dela seria a principal estratégia para tentar resolver o problema, mas perdeu nos dois casos. Uma possibilidade para ajudar nos casos de evasão escolar seriam os professores mediadores, mas eles ainda são poucos e estão presentes apenas na rede municipal, diz a promotora.

A promotora afirma que, se nada for feito, boa parte de dos alunos que deixaram a escola durante a pandemia não vai retornar e diz que é preciso ter estratégias diferentes para tentar trazer esses alunos de volta.

A promotora explica que a chamada busca ativa é específica para os estudantes com repetidas ausências, que perderam o vínculo, não estão entregando as tarefas e aparentemente abandonaram a escola. Situação diferente do atendimento pedagógico individualizado oferecido pela Prefeitura de Londrina para os alunos com dificuldades.

A parceria entre Unicef e Conselho Nacional do Ministério Público vale por cinco anos e não prevê transferência de recursos financeiros entre as partes. Fizemos contato com a secretária de Educação de Londrina, Maria Thereza Paschoal de Moraes, para falar sobre os números da evasão escolar no município, mas até a conclusão da reportagem não tivemos retorno.

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