SEGUNDA, 16/12/2019, 19:27

Caso de garoto agredido por pais adotivos corre em segredo de justiça e Conselho Tutelar cancela entrevista para esclarecer denúncia de vizinha

Mulher teria dito à Polícia Civil que comunicou possíveis agressões ao Conselho há mais de um mês. Segundo Hospital, criança já deixou a UTI. 

A informação chegou à Polícia Civil durante as primeiras investigações. Uma vizinha afirmou à delegada Lívia Pini, do Nucria, que teria feito uma denúncia ao Conselho Tutelar, ainda em novembro, relatando agressões ao menino. A mulher gravou inclusive vídeos registrando o caso. Segundo a vizinha do casal, a plantonista que atendeu a ligação teria afirmado ainda que a denúncia seria investigada.

Segundo a vizinha dos pais adotivos da criança, a denúncia foi feita no Conselho Tutelar no dia 12 de novembro. A instituição informou que, nesta segunda-feira, receberia a imprensa para passar detalhes do caso. Mas, a entrevista foi desmarcada. De acordo com a funcionária do Conselho, uma orientação da juíza da Vara da Infância e da Juventude, Camila Gutzlaff. Por envolver um menor, o processo corre em segredo de justiça e segundo a funcionária da entidade que atendeu a reportagem da CBN Londrina, a magistrada já recebeu todas as informações sobre o caso.

O inquérito aberto pela Polícia Civil na madrugada do dia 9 de dezembro foi concluído e encaminhado à Vara da Infância e da Juventude nesta segunda-feira, uma semana depois. O casal foi indiciado pela delegada Lívia Pini por tentativa de homicídio qualificado, mas ela não descarta que os pais adotivos do garoto possam ser denunciados pelo Ministério Público por tortura.

Sarah Carvalho Zanoni e Israel Antunes Zanoni levaram o menino ao hospital na noite de domingo, 8 de dezembro, e um enfermeiro decidiu acionar o Conselho Tutelar, após constatar que a criança tinha marcas graves de violência e indícios de tortura. A conselheira chamou a Polícia Militar e o casal foi preso, em flagrante, horas depois, na madrugada de segunda-feira.

Eles disseram em depoimento à Polícia Civil que as agressões eram para “corrigir e disciplinar” o garoto. A prisão de Sarah Carvalho Zanoni e Israel Antunes Zanoni foi convertida pela justiça em preventiva, que é por tempo indeterminado. O casal confessou ainda que bateu no menino com chineladas, palmadas e mordidas.

O advogado do casal, Mário Cesar Carvalho Pinto, diz que vai recorrer da decisão que converteu a prisão dos dois em preventiva e que não concorda com o indiciamento por tentativa de homicídio qualificado.

O garoto passou a segunda-feira fora da UTI, de onde saiu no domingo. O último boletim médico divulgado pelo Hospital Evangélico informa que ele está na enfermaria pediátrica, estável e em observação.

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