Apesar das medidas mais rígidas de isolamento social, determinadas pelo Governo do Estado desde o primeiro dia do mês nas sete regionais de saúde com números mais críticos da Covid-19, a quantidade de infectados pela doença deve continuar aumentando significativamente no Paraná nos próximos dias. A avaliação é do professor da Escola de Medicina da PUC Paraná, José Rocha Faria Neto, coordenador de um estudo do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da universidade, o chamado Epicenter, que monitora a evolução diária da doença no estado.

Desde 12 de março, quando os números da Covid-19 começaram a ser divulgados no Paraná, o recorde de casos, em 24 horas, foi registrado no dia 3 de julho, sexta-feira da semana passada, dois dias após a entrada em vigor do decreto estadual, quando foram registrados 2.086 novos diagnósticos de Covid-19.

O professor acredita que ainda é cedo para avaliar o real impacto das medidas impostas pelo governo nos números da doença no estado e prefere não fazer projeções, por enquanto. O coordenador do estudo da PUC aposta em um crescimento distinto da doença pelo estado e afirma que o avanço da Covid-19 no Paraná vai depender, diretamente, do respeito às medidas de distanciamento determinadas no decreto.

Sobre as reclamações de diversos prefeitos em relação ao decreto, o coordenador do estudo defende as medidas determinadas pelo Governo e diz ainda que elas foram menos restritivas que em outros países, que já passaram pelo pico da doença.

Em relação à taxa de ocupação dos leitos, dado fundamental para direcionar os esforços de combate à doença, que em Curitiba, por exemplo, chegou a 82% nos últimos dias, o professor diz que, apesar dos 47% de taxa da região norte, a situação não é confortável e afirma que não seguir as regras de distanciamento é um erro cujo efeito vai chegar alguns dias depois.

Os dados do estudo da PUC Paraná são públicos e podem ser acessados no link dessa reportagem no site da CBN Londrina.

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