TERCA, 07/04/2020, 17:08

Churrascos sem autorização, porteiros idosos querendo burlar a quarentena e até pedidos de expulsão de moradores com coronavírus... Condomínios de Londrina vivem dias agitados por conta da pandemia

Por dia, sindicato da habitação tem recebido pelo menos dez questionamentos variados de síndicos que não sabem como proceder para coibir as confusões.

O período de quarentena voluntária estabelecido em Londrina para conter o avanço da pandemia de coronavírus virou de cabeça para baixo a rotina e o dia a dia de funcionários e moradores de condomínios residenciais da cidade. Todos os dias, o Secovi, que representa os empreendimentos, tem recebido pelo menos dez questionamentos variados de síndicos que não sabem como proceder para coibir confusões e excessos.

A assessora jurídica do sindicato, Adiloah Franco Zemuner, lembra que, no início do período, o sindicato baixou um manual com uma série de normativas relacionados aos cuidados que precisariam ser tomados por funcionários e moradores, entre elas o reforço na higienização de elevadores, saguões e escadas, e também a suspensão das atividades em áreas de lazer, como salões de festas, quadras de esportes e piscinas.

O problema, conforme ela, é que muitos moradores têm desobedecido à determinação. A assessora cita, como exemplo, o caso de um morador que fez um churrasco em seu apartamento. O evento teria contaDo com a presença de pelo menos dez pessoas de fora do condomínio, o que revoltou boa parte dos vizinhos. Nesse caso, na avaliação dela, o morador em questão precisa ser multado pelo descumprimento da medida sanitária.

Outro exemplo citado pela assessora envolve o pedido de uma moradora que queria usar a brinquedoteca do condomínio para distrair os filhos. Nesse caso, o Secovi orientou a síndica a não acatar a solicitação para evitar a criação de um precedente.

Os condomínios também estariam enfrentando resistência dos próprios funcionários que, apesar de estarem nos chamados grupo de risco da Covid-19, teimam em continuar trabalhando.

Outro exemplo crítico trazido pela assessora é o pedido de expulsão, por parte de alguns moradores, dos vizinhos que estão com coronavírus. Em boa parte dos casos brandos, os médicos orientam que os infectados fiquem isolados dentro das próprias casas. A presença de pessoas com a doença nos condomínios estaria deixando muitos incomodados. A assessora jurídica lembra, entretanto, que o morador, independentemente de estar doente ou não, tem o direito de ficar em casa. Ela pede que os vizinhos tenham a sensibilidade necessária para perceberem a gravidade da situação, e que o infectado, claro, obedeça às ordens médicas e permaneça em quarentena.

O telefone do Secovi, para questionamentos e mais informações, é o 3356-2703. O sindicato atende com equipe reduzida neste período, e a orienta para que as perguntas sejam repassadas apenas pelo telefone.

Por Guilherme Batista

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