QUARTA, 30/09/2020, 19:11

CMTU quer saber por que aumento na coleta de material reciclado não refletiu em melhores salários aos trabalhadores

Em agosto, recicladores recolheram 150 toneladas de material a mais na comparação com o coletado no mesmo período do ano passado. Presidente da principal cooperativa da cidade contesta cálculo e diz que resultado obtido depende de fatores ignorados pela companhia.
 

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização abriu um procedimento para apurar por que é que os trabalhadores da coleta seletiva em Londrina não tiveram os salários incrementados durante o período em que houve um aumento considerável na quantidade de material reciclado coletado pelas ruas da cidade. Segundo a CMTU, em agosto deste ano, as cooperativas recolheram 692 toneladas de resíduos, 150 a mais na comparação com o mesmo período do ano passado, mas os vencimentos dos cooperados se mantiveram praticamente os mesmos, variando entre 550 e 1.400 reais, dependendo da carga-horária de cada um deles. A companhia pretende notificar as cooperativas para que elas prestem contas e justifiquem as possíveis distorções.

Em entrevista à CBN nesta quarta-feira, Zaqueu Vieira, presidente da Cooperegião, a maior cooperativa da cidade, contestou os cálculos da CMTU, argumentando que o resultado obtido com a venda do material depende de diversos fatores que foram ignorados. O reciclador confirma que, desde o início da pandemia de coronavírus, houve um aumento considerável na quantidade de material coletado. O problema, segundo ele, é que o preço dos itens sofreu uma redução expressiva no mercado, o que obrigou as cooperativas a segurarem as cargas nos barracões.

A venda do material só teria ocorrido nos últimos meses, segundo Vieira. Ele também contestou a informação da CMTU de que nenhuma parte deste acréscimo teria sido transferida para o salário dos trabalhadores. Na Cooperegião, de acordo com o reciclador, os cooperados teriam recebido de 200 a 300 reais a mais por mês durante o período em que houve o aumento.

A CBN também tentou contato com o gerente de Resíduos da CMTU, Gilmar Domingues Pereira, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Por Guilherme Batista

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