SEGUNDA, 27/06/2022, 17:26

Colégio estadual retoma aulas após morte de estudante durante briga em Apucarana

Secretaria Estadual de Educação colocou psicólogos à disposição de pais e estudantes e pediu para que policiamento fosse reforçado no entorno da escola. Polícia Civil ainda aguarda por laudo do IML para confirmar que adolescente teve morte súbita no momento em que era agredido por outros jovens.

O Colégio Estadual Padre José Canale, em Apucarana, retomou as aulas nesta segunda-feira (27) após passar cinco dias com as atividades suspensas por conta da morte de um aluno da escola.  Alekson Ricardo Kongeski, de 13 anos, perdeu a vida durante uma briga com outros jovens na última quarta-feira (22). A situação foi registrada no final da tarde, a duas quadras do colégio, logo após o menino deixar a unidade. A Polícia Civil investiga o caso.

De lá para cá, a Secretaria Estadual de Educação montou uma comissão para analisar a situação. Em nota encaminhada à imprensa nesta segunda, a pasta se comprometeu a reforçar o policiamento no entorno do colégio, principalmente nos horários de entrada e de saída dos estudantes. O patrulhamento vai ser feito por policiais militares da Patrulha Escola e pela Guarda Municipal.

Também foram colocados dez psicólogos à disposição da comunidade escolar, com o objetivo de acolher alunos, pais e funcionários que estejam enfrentando dificuldades para retomar a rotina no colégio. Além disso, segundo a secretaria, vão ser realizadas mudanças no horário das aulas, que, no período da tarde, terminam às 18h30 na escola. O fim das atividades já no período da noite foi alvo de críticas por parte de alguns pais após a morte do adolescente.

As medidas foram definidas durante reuniões realizadas com os funcionários da escola na semana passada. Lourival de Araújo Filho, coordenador de Direitos Humanos e Diversidade da Secretaria Estadual de Educação, veio de Curitiba para ouvir a comunidade e estabelecer meios para que a segurança tanto dos alunos como dos professores fosse melhorada.

Apesar das garantias, alguns pais e mães de alunos se mostraram reticentes com o que foi elencado pelo poder público. Eles, inclusive, prometiam realizar um protesto em frente ao colégio no final da tarde desta segunda-feira cobrando mais segurança e pedindo pela saída do diretor da escola. A família do adolescente morto acusa o colégio, que é cívico-militar, de negligência.

A investigação, por sua vez, confirma que a briga aconteceu a duas quadras da escola, e que ela envolveu alunos de outros colégios. O delegado Felipe Ribeiro Rodrigues, responsável pelos trabalhos, confirmou, ainda, a tese de que o jovem sofreu uma morte súbita durante a confusão, uma vez que, conforme ele, não foram encontrados sinais de agressões ou traumas no corpo do adolescente.

Também não foram usadas armas brancas e nenhum objeto, com pedaços de pau ou pedras, durante a briga entre os adolescentes, conforme o delegado. Para ele, trata-se de uma fatalidade, que ocorreu sem motivação ou intenção dos jovens responsáveis pela agressão. Apesar disso, ele disse que só vai concluir a investigação depois que tiver acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML). O perito teria pedido mais dez dias para a realização de análises complementares.

Os cinco adolescentes envolvidos na briga já foram identificados e ouvidos pela polícia. Eles respondem às acusações em liberdade.

Por Guilherme Batista

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