SEGUNDA, 09/11/2020, 06:35

Com La Niña e previsão de menos chuvas de verão, governador prorroga decreto de emergência hídrica e vai a Brasília pedir ajuda

Secretário Estadual de Agricultura diz que em mais de 40 anos nunca tinha visto estiagem semelhante e classifica situação atual do Paraná como delicada.

No balanço mais recente do Monitor de Secas do Brasil, criado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, o Paraná tinha, em setembro, a situação mais crítica entre os 19 estados do país monitorados. Somado a isso, as chuvas dos últimos três meses ficaram entre 50% e 70% abaixo da média. A crise hídrica sem precedentes na história do Paraná, segundo o próprio Governo, levou o Executivo estadual a prorrogar por mais 180 dias, o Decreto que estabeleceu a situação de emergência na área.

Com esse cenário, o governador Ratinho Júnior decidiu ir a Brasília na semana passada pedir ajuda do Governo Federal. Na região Metropolitana de Curitiba, o problema é ainda mais sério, com um rodízio no fornecimento de água que já dura alguns meses. Mas, a situação começa a piorar também no oeste do estado, e aqui na região norte um possível racionamento não está descartado pela Sanepar. 

Mas não é só o abastecimento humano que fica prejudicado com a longa estiagem. A falta de chuvas também mexeu com o meio ambiente e, claro, a economia, da geração de energia ao agronegócio. E a seca vem preocupando todo o setor.

O secretário Estadual de Agricultura, Norberto Ortigara classifica o quadro atual como delicado e que apesar disso as perdas foram apenas pontuais. Ortigara diz que em mais de 40 anos como produtor rural e técnico na área nunca tinha passado por uma estiagem semelhante.

E a previsão é que a estiagem se mantenha, de acordo com o Simepar, pelo menos até as chuvas de verão, entre dezembro e fevereiro. Mas, elas podem vir abaixo da média, por causa justamente do La Niña, e como consequência o verão pode ser mais seco no Estado.

O secretário diz ainda que para conseguir superar essa crise hídrica, os produtores rurais de todo o estado vão ter que se adaptar e recorrer a algumas técnicas modernas para reduzir as possibilidades de perdas na lavoura.

Ortigara afirma ainda que a depender da região, a safra de verão está atrasada de 20 a 25 dias, o que segundo ele já comprometeu o cronograma ideal e o potencial máximo das sementes de soja.

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