TERCA, 15/01/2019, 19:06

Comissão Processante pede ajuda à Justiça pra notificar prefeito de Rolândia

Luiz Francisconi Neto, que está afastado do cargo acusado de participação em esquema de corrupção, não apareceu para prestar depoimento à CP na segunda-feira e, segundo os vereadores, continua desaparecido. Comissão precisa ouvir o prefeito antes da conclusão dos trabalhos.

A Comissão Processante aberta pela Câmara Municipal de Rolândia pra investigar o prefeito afastado Luiz Francisconi Neto, do PSDB, continua a enfrentar dificuldades pra encontrá-lo. A CP tinha a intenção de ouvir o prefeito na segunda-feira, mas, novamente, ele não apareceu pra prestar depoimento. Com isso, a reunião precisou ser remarcada para esta quarta-feira. O presidente da comissão, vereador Irineu de Paula, também do PSDB, lembra, entretanto, que Francisconi precisa ser notificado com até 24 horas de antecedência antes do depoimento. Para garantir essa notificação, a CP apresentou um procedimento judicial pedindo para que um oficial de Justiça encontre e informe o prefeito sobre o compromisso. O vereador destaca que, mais até do que pra comissão, o depoimento é importante para o próprio prefeito, que, durante a reunião, conforme ele, terá a oportunidade de se defender das acusações.

Por meio de sua defesa, o prefeito afastado informou que faltou ao depoimento porque está viajando com a família. Ou seja, tudo indica que ele também não apareça na reunião desta quarta-feira. O presidente da CP afirma que a oitiva de Francisconi é o último compromisso da comissão antes da conclusão dos trabalhos. Os vereadores têm até o dia dez de fevereiro pra apresentar o relatório final pedindo ou não a cassação de Francisconi. O documento será apreciado e votado em plenário por todos os parlamentares.

Luiz Francisconi é investigado na Operação Patrocínio, do Ministério Público, acusado de receber propina para favorecer a empresa Somopar no processo de licitação do aluguel de um barracão que pertencia ao antigo IBC, o Instituto Brasileiro do Café. De acordo com depoimentos dos ex-secretários municipais Francisco Ramos e Dário Campiolo, o dono da empresa envolvida teria pago R$ 150 mil em propina ao esquema. O pagamento foi feito por meio da emissão de doze cheques, depositados, conforme a denúncia, nas contas dos investigados. O Ministério Público apura ainda se essas cobranças foram feitas a outras terceirizadas do município. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa os R$ 230 mil. Todos os suspeitos negam as acusações. A defesa do empresário envolvido informa, ainda, que os cheques foram emitidos para a compra de equipamentos para o barracão, e não para o custeamento da propina. Não conseguimos contato com os advogados dos ex-secretários.

Por Guilherme Batista

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