Um tema dominou a última reunião do Conselho Universitário da UEL, na sexta-feira, o bloqueio de pouco mais de R$ 6 milhões de recursos próprios da Universidade pelo governo do estado. Entre as consequências da decisão, o Reitor em exercício da UEL, Ludoviko do Santos, aponta o fechamento do Restaurante Universitário, das duas creches para os filhos dos servidores e a suspensão das aulas práticas de campo, como as mais imediatas. O Reitor em exercício diz que os técnicos da UEL estão levantando a situação de cada serviço para saber até quando eles vão poder funcionar sem os recursos bloqueados. O bloqueio dos recursos entrou em caráter de urgência na pauta da reunião ordinária do Conselho Universitário, que é realizada toda primeira sexta-feira do mês. Ludoviko dos Santos diz que o sentimento durante o encontro era de consternação e revolta.

Durante entrevista à reportagem da CBN Londrina, o Reitor rebateu alguns pontos de uma nota divulgada pela secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sobre o assunto. No documento, a Seti informa que as três universidades que tiveram recursos bloqueados podem fazer a solicitação de liberação para o Grupo Orçamentário da própria Secretaria, que encaminhará o pedido para a Secretaria da Fazenda. E que o bloqueio ocorreu porque as universidades não cumpriram os prazos determinados pelo Governo para a implantação do software Meta 4. Ainda segundo a nota, das sete universidades, duas já aderiram ao sistema e outras três encaminharam a documentação necessária para a implantação do Meta 4. O Reitor em exercício da UEL diz que cinco das sete universidades estaduais assinaram a chamada Carta de Londrina, onde declaram que não iam aderir ao sistema.

Ludoviko dos Santos reafirmou o que disse na Câmara de Vereadores, durante reunião pública na semana passada, de que o bloqueio é uma retaliação à decisão da Universidade. O Reitor contestou também a determinação para a implantação do sistema feita pelo Tribunal de Contas.

Ludovico dos Santos diz que a Universidade solicitou uma audiência com o governo para discutir o tema e espera que haja espaço para o diálogo. Mas afirma que se não houver resposta, a Universidade pretende adotar medidas judiciais, já que são recursos próprios da UEL.