QUINTA, 12/12/2019, 18:50

Corregedoria do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul abre procedimento para investigar caso do menino torturado pelos pais adotivos

Garoto, que foi adotado em Corumbá e trazido para Londrina, teve leve melhora no quadro, está consciente e se alimentando, mas ainda sente dores.

A decisão de abrir o procedimento investigativo foi tomada pelo desembargador Sérgio Fernandes Martins, Corregedor-Geral de Justiça do TJ do Mato Grosso do Sul. Segundo o Tribunal de Justiça do estado vizinho, o juiz da Vara Cível de Corumbá, onde o processo de adoção tramita, já tinha determinado a suspensão da guarda do casal. A habilitação de Sarah Carvalho Zanoni, de 23 anos, e Israel Antunes Zanoni, de 29 anos, para o cadastro de adotantes foi feito aqui pelo Paraná, mas o processo tramitava pelo Mato Grosso do Sul.

A Corregedoria agora espera a conclusão do inquérito, que deve ser anexado ao processo, para reverter a adoção. O menino estava com o casal londrinense no chamado estágio de convivência, prévio à adoção, desde o dia 18 de outubro passado. A reportagem da CBN Londrina tentou falar com o Corregedor do TJ sul-mato-grossense, mas o desembargador Sérgio Martins informou que não poderia conceder entrevista por telefone.

O garoto segue internado na UTI pediátrica do Evangélico e, segundo a assessoria do Hospital, o quadro dele vem evoluindo. O menino está consciente, se alimentando, mas ainda sente dores. Em função do estado de saúde da criança, o depoimento dele vem sendo adiado pela delegada Lívia Pini, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes, o Nucria. Se o quadro continuar evoluindo, a delegada espera ouvi-lo ainda nesta sexta-feira.

Sarah Carvalho Zanoni e Israel Antunes Zanoni levaram o menino ao hospital na noite de domingo e um enfermeiro decidiu acionar o Conselho Tutelar, após constatar que a criança tinha marcas graves de agressão e indícios de tortura. A conselheira então chamou a Polícia Militar.

O casal, preso em flagrante horas depois, na madrugada de segunda-feira, disse em depoimento à Polícia Civil que as agressões eram para “corrigir e disciplinar” o garoto. A prisão dos dois já foi convertida pela justiça em preventiva, que é por tempo indeterminado. O casal confessou ainda que bateu no menino com chineladas, palmadas e mordidas. Os dois foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio qualificado e tortura.

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