SEXTA, 21/02/2020, 19:48

Corregedoria-Geral da Polícia Civil conclui inquérito e indicia sete policiais presos por suposto desvio de carga em Londrina

Eles vão responder por associação criminosa, cárcere privado e peculato.

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Paraná concluiu nesta sexta-feira o inquérito que investigou sete policiais civis pelo suposto desvio de uma carga apreendida em Londrina, em dezembro do ano passado. Os agentes, todos eles investigadores do setor de Furtos e Roubos da 10ª Subdivisão Policial, foram indiciados por associação criminosa, cárcere privado e peculato, que é quando o servidor público se utiliza do cargo que ocupa para obter algum tipo de vantagem indevida.

Os setes policiais foram detidos na última quinta-feira durante uma grande operação da Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Diversos mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em endereços relacionados aos policiais. Os servidores são acusados de desviar parte de uma carga de produtos contrabandeados apreendida em um apartamento em Londrina. De acordo com as investigações, a diferença da mercadoria apreendida para a que foi apresentada, de fato, na Receita Federal é de cerca de R$ 450 mil. O suposto desvio foi informado ao órgão de investigação interna pelo próprio suspeito de contrabando. Teriam sido desviados celulares, tablets, entre outros eletroeletrônicos, além de perfumes importados. Parte dos produtos foi encontrada pela polícia nas casas de alguns dos agentes acusados.

Os policiais continuam detidos no setor de Custódia da Polícia Civil, em Curitiba. A prisão temporária deles tinha vencido na última terça-feira, mas foi prorrogada pela Justiça por mais cinco dias a pedido da Corregedoria. Os quatro advogados que defendem os sete policiais se manifestaram apenas por meio de nota até o momento. Eles tentaram suspender a prorrogação da prisão temporária, com a alegação de que não havia elementos para sustenta-la, mas o recurso ainda não foi analisado. Caso haja a recusa por parte do juiz em primeira instância, a defesa deve apresentar um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná.

Todos os policiais negam as acusações e argumentam, por meio da defesa, que, em vinte anos de trabalho, sempre agiram dentro das normas. Já a Corregedoria-Geral da Polícia Civil informou, apenas, que, como o processo corre sob sigilo judicial, nenhum detalhe das investigações vai ser divulgado. No dia da operação, o corregedor-geral, Marcelo Lemos, ressaltou a importância de ações como a realizada em Londrina para o combate da chamada corrupção policial.

Por Guilherme Batista

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