Apesar de mais da metade da população paranaense, 50,6%, ser de mulheres, apenas uma pequena parte delas está na corrida eleitoral deste ano. Pelos registros do Tribunal Superior Eleitoral, de cada dez pessoas que se candidatam a uma prefeitura aqui no Estado, somente uma é mulher. Em vez de crescer, a participação feminina nas eleições municipais do Paraná, caiu. Em 2012, as mulheres eram  11,5 % dos candidatos a prefeito. Hoje, elas são pouco mais de 9%. Para o professor de Ética e Filosofia Política da UEL, Clodomiro Bannwart, a realidade deveria ser diferente, principalmente porque nos últimos quatro anos tivemos alterações na legislação com o objetivo de estimular a participação da mulher na política, mas elas parecem não ter surtido efeito.

No caso da eleição para vereador, os partidos são obrigados, por lei, a preencher no mínimo 30% das candidaturas com mulheres. Elas são pouco mais de 32 % dos candidatos às câmaras municipais paranaenses, mas o professor explica que acabam tendo pouca influência nas decisões políticas dos partidos.

Na América Latina, o Brasil só ganha do Belize e do Haiti quando o assunto é participação das mulheres na política. Enquanto a média mundial é de 20%, o índice de presença feminina nos parlamentos brasileiros é de menos de 9%. Para o professor, a questão cultural é o principal fator responsável por essa realidade. Para ele, a política acompanha a exclusão da mulher em outros setores da sociedade.

Nas cidades do estado com mais de 200 mil eleitores a desigualdade também é forte. Apesar de serem cidades maiores, até hoje, nenhuma delas foi administrada por uma mulher. Em Londrina, são duas candidatas contra seis homens. Curitiba tem sete candidatos homens e apenas duas mulheres. Já Cascavel e Ponta Grossa, nem têm candidatas mulheres.