QUINTA, 18/06/2020, 19:48

Depois da polêmica com a hidroxicloroquina, ensaio clínico traz uma nova alternativa para o tratamento da Covid-19

Dexametasona é um corticoide já usado em uma série de doenças crônicas e de acordo com estudo realizado por uma das maiores universidades do mundo, primeiras evidências são animadoras.

Primeiro foi a hidroxicloroquina, que surgiu como um possível medicamento para tratar a Covid-19. Com a polarização e o uso político da pandemia por alguns, a polêmica foi grande. Agora, um estudo que vem sendo feito pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, apresentou os primeiros resultados sobre a utilização de outra substância no tratamento da doença, a dexametasona, um corticoide, popularmente chamado de cortisona.

A substância é elaborada a partir de um hormônio produzido no nosso corpo, chamado cortisol, que possui grande ação anti-inflamatória e imunossupressora, ou seja, reduz os mecanismos de defesa do corpo, e é muito utilizada no tratamento de doenças crônicas como a asma, alergias, artrite reumatoide, lúpus, e também após os transplantes de órgãos.

E os primeiros resultados das pesquisas são bastante animadores, dizem os cientistas. O médico Álvaro Atallah, diretor da Associação Paulista de Medicina e professor titular de Medicina Baseada em Evidências e de Medicina de Urgência da Escola Paulista de Medicina, e que também já passou por Oxford, afirma que a pesquisa é histórica e diz que a dexametasona é extremamente viável do ponto de vista financeiro e com até 30% de cura de pacientes graves, já se tornou a melhor alternativa para o tratamento da Covid-19.

O médico diz que a dexametazona reduz o processo inflamatório avançado nos pacientes graves e também as reações exageradas do organismo no combate ao vírus, e funciona como uma espécie de bombeiro.

Alheio à polêmica, o médico afirma que o uso da hidroxicloroquina em pacientes da Covid-19 necessitava de uma pesquisa mais ampla, com amostras maiores.

Álvaro Atallah diz que os ensaios clínicos têm exatamente esse papel, de buscar evidências e respostas mais eficazes e viáveis para o tratamento das novas doenças que surgem.

Álvaro Atallah alerta ainda que a dexametazona não mata o vírus, mas evita o excesso de resposta inflamatória do organismo apenas nos pacientes mais graves. E completa afirmando que a redução da imunidade causada pelo corticoide é extremamente prejudicial para quem tem quadros leves ou moderados da doença e pode, inclusive, piorar o estado do paciente.

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