QUARTA, 04/05/2022, 16:55

Doze vereadores de Londrina podem ser candidatos a deputado nas eleições de outubro; para colunista da CBN, "explosão" de pré-candidaturas dilui articulação política e faz cidade perder representatividade

Entre os parlamentares que demonstraram interesse em participar do próximo pleito, cinco são novatos e ainda estão em seu primeiro mandato na Câmara Municipal.

Doze dos 19 vereadores que integram a atual legislatura da Câmara Municipal de Londrina já se colocaram à disposição dos respectivos partidos para disputar as eleições de outubro. Os então pré-candidatos têm até agosto para "bater o martelo" e fazer o registro junto à Justiça Eleitoral.

Em alguns casos, as candidaturas já são dadas como certas nos bastidores. Em outros, a disputa ainda depende de um apoio mais efetivo por parte das legendas, que precisam garantir o financiamento de boa parte da campanha eleitoral.

Dos doze parlamentares, cinco podem sair para deputado federal: Jessicão, do PP; Deivid Wisley, do PROS; Eduardo Tominaga, do PSD; Lenir de Assis, do PT; e Mara Boca Aberta, também do PROS. Os outros sete vão tentar uma vaga para a Assembleia Legislativa: Ailton Nantes, do PP; Giovani Mattos, do PSC; Jairo Tamura, do PL; Fernando Madureira, do PP; Matheus Thum, do PP; Daniele Ziober, do PP; e Emanoel Gomes, do Republicanos.

Entre os pré-candidatos, Jessicão, Wisley, Mara, Mattos e Thum são novatos e ainda estão em seu primeiro mandato como vereador.

Ficarão fora da disputa, até segunda ordem, Beto Cambará, do Podemos; Chavão, do Patriotas; Flávia Cabral, do PTB; Lu Oliveira, do PL; Roberto Fu, do PDT; Santão, do PSC; e Sônia Gimenez, do PSB.

A pedido da reportagem, o colunista da CBN e professor de Ética e Filosofia Política da UEL, Elve Cenci, fez uma análise do atual cenário, que é bem diferente do registrado na legislatura passada, quando cinco vereadores foram candidatos e apenas um deles, Filipe Barros, hoje no PL, foi eleito deputado federal.

Na avaliação de Cenci, a "explosão" de pré-candidaturas dilui o debate político e a articulação entre os partidos, o que, consequentemente, segundo ele, faz a cidade perder representatividade tanto na Assembleia Legislativa como no Congresso Nacional.

Ele lembrou que, atualmente, Londrina conta com apenas dois deputados federais e três estaduais. O número é semelhante ao de Cascavel e menor se comparado aos oito parlamentares, sendo quatro federais e quatro estaduais, de Maringá, por exemplo. Ou seja, apesar de ser a segunda cidade do estado e uma das principais do interior do país, segundo o professor, Londrina não tem conseguido traduzir toda essa importância na eleição de seus representantes. E isso ocorre, segundo ele, justamente por conta da falta de articulação.

Dos doze vereadores pré-candidatos, por exemplo, cinco são de um mesmo partido, o PP. Coincidentemente ou não, a legenda é a mesma do prefeito Marcelo Belinati e compõe a base dele na Câmara Municipal.

Cenci disse, ainda, que é muito cômodo para o vereador sair candidato a deputado. Como não precisa se afastar da Câmara Municipal, normalmente, segundo o professor, ele concorre já sabendo que não vai ganhar, apenas com o objetivo de se reaproximar do eleitorado já pensando em, quem sabe, se reeleger no próximo pleito municipal.

Por Guilherme Batista

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