SEGUNDA, 03/08/2020, 19:03

Edital do novo Anel de Integração rodoviário do Paraná deve ter Audiências Públicas em outubro e ser lançado até abril de 2021

Consultor da Federação da Agricultura do Paraná diz que entidade vem acompanhando de perto processo e defende tarifa, de no máximo, R$ 8.

Os contratos de concessão das rodovias federais paranaenses começaram a valer em 1997, terminam em 2021 e a expectativa de diversos setores produtivos do estado, e da população de forma geral, é de um novo modelo com tarifas mais baixas e a garantia de investimentos para a melhoria das estradas.

Segundo o Ministério da Infraestrutura, o novo Anel de Integração rodoviário do Paraná vai ter 4,1 mil quilômetros e um traçado que incorpora ao modelo original, que tem 2,5 mil quilômetros, mais três rodovias estaduais, alguns trechos das BRs 163, 153 e 476 e os contornos de Londrina, Ponta Grossa e Cascavel. O polígono geométrico interliga Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá.

Ainda de acordo com o Ministério, o Paraná vai ter o maior lote de concessões e o maior volume de investimentos de todo o país O Governo Federal afirma ter investido R$ 60 milhões no estudo do novo modelo de concessão e que vai definir, ainda este ano, a quantidade de lotes do leilão. A proposta que vem sendo elaborada é de um modelo híbrido, com menor tarifa e maior tempo de outorga, para evitar que empresas não consigam cumprir o previsto no edital.

O consultor de Logística da Federação da Agricultura do Paraná, Faep, Nilson Hanke Camargo, diz que a entidade vem acompanhando de perto o processo e classifica o valor médio atual dos pedágios no Paraná, de R$ 16, como absurdo. Ele afirma que o custo, apenas desse item no transporte de uma saca de soja de Cascavel, por exemplo, para o Porto de Paranaguá chega a 77 centavos.

O consultor da Faep afirma ainda que a entidade defende o binômio preço e qualidade, com tarifas entre R$ 7 e R$ 8 e, principalmente, o cumprimento dos contratos e a realização das obras previstas, como duplicações e recuperação de trechos abandonados.

Outra possibilidade estudada pelo Governo Federal é que o usuário que mais utiliza as rodovias pague tarifas menores, é o chamado Desconto ao Usuário Frequente.

Nilson Camargo cita ainda o fato de que muitas obras dos contratos que estão acabando ainda estão sendo feitas ou nem começaram e provavelmente não serão realizadas.

O consultor da Faep explica que o edital deve ser concluído em setembro e, apesar da pandemia, as Audiências Públicas devem ser realizadas já em outubro. Em abril do ano que vem o processo deve ser lançado, para que até novembro as novas concessionárias possam assumir os trechos. Um problema, afirma Camargo, é o passivo das atuais concessões.

O consultor de logística da Faep explica ainda que os novos contratos serão de 30 anos e avalia que, apesar dos problemas, o edital de concessão das rodovias paranaenses deve despertar o interesse de grandes grupos e essa concorrência deve se traduzir em preços menores para o usuário.

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