QUINTA, 02/08/2018, 19:13

Em quatro anos, Ministério Público cobrou prefeitura pelo menos duzentas vezes por mais contratações de médicos em Londrina

Última tentativa estabelece cronograma para nomeação de novos profissionais para área, que, segundo levantamento, sofre com o déficit de quase mil servidores.

A Promotoria de Defesa da Saúde Pública de Londrina emitiu nova recomendação para contratação de mais profissionais por parte da Secretaria de Saúde. O promotor Paulo Tavares, responsável pela cobrança, admite que, nos últimos quatro anos, foram emitidos mais de 200 ofícios dando conta da necessidade de novas nomeações.

Apesar disso, segundo ele, pouca coisa foi feita, o que agravou ainda mais o problema de déficit de pessoal.

Nesta última recomendação, emitida na terça-feira, o Ministério Público estabelece um cronograma para contratação de novos profissionais para área, que, segundo levantamento da própria Secretaria Municipal de Saúde, sofre com a falta de 904 servidores, sendo 227 médicos, 91 enfermeiros, 137 técnicos de enfermagem, 375 agentes de saúde, 23 técnicos de gestão pública, oito educadores físicos, dez farmacêuticos, sete nutricionistas, oito psicólogos e dezoito fisioterapeutas.

Pelo cronograma, segundo o promotor, a prefeitura deverá contratar 25% do total de profissionais até 31 de janeiro do próximo ano, outros 25% até julho de 2019 e o restante, ou seja, 50%, até 31 de dezembro de 2020, quando termina a administração do prefeito Marcelo Belinati.

Além dos 200 ofícios, o Ministério Público abriu, desde setembro de 2014, 38 procedimentos administrativos para resolver problemas relatados por usuários do SUS, como a falta de médicos e também de estrutura e medicamentos nas unidades. Na avaliação do promotor Paulo Tavares, a longa lista de processos e recomendações mostra que já passou da hora de o município começar a tratar a área da saúde como prioridade.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, já soube da nova recomendação, mas disse que ainda não foi notificado oficialmente do processo. Ele admitiu que a rede pública sofreu e muito com a falta de investimentos nos últimos anos, mas que, atualmente, o município tem trabalhado para resolver pelo menos parte dos problemas.

Já sobre o cronograma sugerido pelo Ministério Público, o secretário disse que a recomendação ainda precisa passar por análise da Procuradoria Jurídica do Município, órgão que pode ajudar a Secretaria de Saúde a ver a melhor forma de atender as exigências da promotoria.

Por Guilherme Batista

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