QUINTA, 18/08/2022, 17:20

Em seis meses, 116 mulheres com medidas protetivas foram ameaçadas pelos ex-companheiros em Londrina

Na quarta-feira, homem invadiu o trabalho da ex-esposa, que só não morreu porque a arma do suspeito falhou. Para advogada especialista, além de instrumento legal, vítimas precisam contar com o apoio da população, que, segundo ela, precisa criar o hábito de sempre denunciar os casos de violência doméstica e familiar.

A CBN teve acesso a um levantamento feito pela Guarda Municipal relacionado ao atendimento prestado pela chamada Patrulha Maria da Penha em Londrina. O balanço diz respeito ao número de denúncias atendidas pelas equipes no primeiro semestre deste ano. Nos seis meses, segundo o levantamento, os agentes realizaram 170 atendimentos relativos à Patrulha Maria da Penha, praticamente um por dia. Também chama a atenção o fato de que, do total de mulheres atendidas, 116 já possuíam medidas protetivas contra os agressores. Ou seja, são vítimas que já tinham sido ofendidas e/ou agredidas pelos ex-companheiros, que, apesar da proibição de se aproximar estabelecida pela Justiça, continuaram com as ameaças.

Na quarta-feira (17) de manhã, por exemplo, um homem invadiu uma loja na rua Senador Souza Naves, no centro de Londrina, para tentar assassinar a ex-mulher. Ele puxou cinco vezes o gatilho de um revólver contra a vítima, que só não morreu porque a arma falhou. O acusado foi agredido por populares e preso logo em seguida. Durante interrogatório na Polícia Civil, ele preferiu o silêncio. A Justiça decretou a prisão preventiva do homem, que já tinha dois mandados de prisão em aberto por roubo e, agora, vai responder pela tentativa de feminicídio e também por tentativa de homicídio, uma vez que também tentou atirar em um outro funcionário da loja.

Em entrevista à CBN nesta quinta-feira, a advogada Isabeau Gomes, especialista no combate de casos de violência contra a mulher, disse que, mesmo não sendo suficientes em alguns casos, as medidas protetivas são de grande importância para a proteção de mulheres que, normalmente, têm a vida abalada por conta das ameaças proferidas pelos ex-companheiros. Para ela, além do instrumento legal, estabelecido pela Justiça e fiscalizado pelos órgãos de seguranças, as vítimas têm que contar com o apoio da própria população, que, conforme a advogada, precisa criar o hábito de sempre denunciar os casos de violência doméstica e familiar.

Ela também ressaltou a importância da rede criada em Londrina para o atendimento dessas vítimas, que, por conta de todo o amparo, têm conseguido denunciar os casos.

O telefone da Delegacia da Mulher de Londrina, para denúncias e mais informações, é o 3322-1633. A Patrulha Maria da Penha atende no 153, da Guarda Municipal. Já o telefone do CAM, Centro de Atendimento à Mulher, é o 3378-0132.

Por Guilherme Batista

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