QUARTA, 29/08/2018, 19:43

Empresário ouvido pela Comissão Especial de Inquérito que apura fraudes na cobrança de impostos municipais diz que foi vítima do esquema

Corretor de Imóveis teria colocado terreno que teve débito cancelado em nome do pai da ex-estagiária da Fazenda investigada pelo Gaeco.

Na reunião desta quarta-feira, a Comissão Especial de Inquérito da Câmara que apura possíveis fraudes na cobrança de tributos municipais, entre eles o IPTU, tomou o depoimento de mais um dos investigados pela Operação Password, do Gaeco, Antônio Carlos Pagini Correa. Na semana passada, a ex-esposa dele, Débora Cristina Galli, que aparecia como sócia da Giodesc, informou à Comissão que na realidade não participaria da administração da empresa, que estaria sob responsabilidade do ex-marido. O empresário não quis falar com a imprensa.

Segundo o presidente da CEI, vereador Filipe Barros, o empresário abriu uma nova frente de investigação para a Comissão. De acordo com Barros, o empresário afirmou que é vítima do esquema e que, no início de 2017, comprou oito terrenos com débitos junto à Prefeitura. Fez um levantamento do total das dívidas junto ao Município, vendeu três deles ainda com as pendências e quitou os débitos dos outros cinco.

Os três terrenos foram vendidos com a intermediação do corretor, que inclusive comprou um deles. Segundo o empresário contou à Comissão, o homem disse que tinha restrições para colocar o terreno no seu nome e, por conta disso, teria pedido a outra pessoa, justamente o pai da ex-estagiária da Secretaria de Fazenda investigada pela Operação, que registrasse o imóvel em seu nome.

O corretor de imóveis apontado pelo empresário deve ser ouvido pela Comissão na semana que vem. Filipe Barros diz que agora a CEI quer saber que tipo de relação o corretor de imóveis tinha com a ex-estagiária da secretaria de Fazenda, com o pai dela e com os outros investigados pela operação Password.

Na esfera criminal, o Ministério Público encerrou a fase de depoimentos da Operação em junho. No mês seguinte, os três servidores e a estagiária, acusados de envolvimento no suposto esquema, foram afastados. Os quatro chegaram a ser presos temporariamente, mas poucos dias depois foram soltos. O grupo teria causado, segundo a Prefeitura, um prejuízo de, pelo menos, R$ 700 mil ao Município.

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