Filho de um casal de boias-frias, Antônio Luiz Galves conta que fez muito sacrifício para estudar. Mas conseguiu concluir duas graduações: em administração e economia. Tornou-se um empresário bem-sucedido, dono de indústria e comércios no ramo de brinquedos e utilidades domésticas. Mas, infelizmente, teve problemas pessoais e perdeu tudo. Escolhas que ele classifica como “erradas” resultaram em um divórcio e, posteriormente, em um quadro grave de depressão. Acabou sem condições de pagar sequer as contas básicas de água e luz. Foi então que recorreu à rede de acolhimento vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, em maio de 2019. Galves conta que precisou superar o próprios preconceitos para aceitar ajuda.

O período de acolhimento durou 4 meses, sendo atendido pelo Serviço de Obras Sociais (SOS) – entidade parceira da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) – para pessoas em situação de vulnerabilidade. O empresário conta que nesta fase compreendeu o que era a depressão. E teve ajuda profissional para se reerguer. Demorou para conseguir emprego, mas ele se recolocou em uma empresa de tecnologia da informação, onde ficou por dois anos. Seis meses atrás, Galves abriu a própria empresa, no segmento de tecnologia e softwares de gerenciamento comercial. E afirma que passar no vestibular da UEL para cursar História, foi como coroar esse recomeço, pois ele acredita na educação.

O próximo projeto do senhor Antônio é publicar um livro, cruzando sua história de vida e a história do Brasil. Ele espera que essa virada de mesa, aos 65 anos, inspire pessoas que também passaram por altos e baixos e precisam de força para se reerguer.