O documento protocolado no Ministério Público Federal pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia questiona a Resolução do Banco Central que suspendeu as vistorias de inspeção para financiamento de imóveis. Na avaliação do Crea Paraná, a medida abre precedente para que as avaliações sejam isentas da vistoria, o que, para a instituição, pode ser prejudicial para toda a sociedade.

O órgão defende que a inspeção prévia nos imóveis financiados é uma garantia para as operações, tanto para consumidores quanto para as instituições financeiras e aponta que sem o serviço feito por engenheiros, as avaliações podem elevar o risco do financiamento.

O presidente do Crea Paraná, Ricardo Oliveira, afirma que apenas a vistoria presencial, com profissionais habilitados, pode prevenir problemas para os compradores e os agentes financeiros e assegurar que os recursos emprestados são compatíveis com o padrão dos imóveis.

O documento questionando a mudança nas normas foi protocolado no Ministério Público Federal conjuntamente por uma série de entidades da área, entre elas a Associação Brasileira de Avaliação e Perícia e Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

O presidente do Crea diz que os imóveis podem ter, por exemplo, vícios construtivos e irregularidades na edificação, entre outros problemas, e afirma que a avaliação de um especialista traz mais segurança para o sistema hipotecário brasileiro.

Ricardo Oliveira expçlica ainda que a regra, que valia até bem pouco tempo, garantiu que o Brasil durante a crise econômica de 2008, não tivesse os mesmos problemas que outros países passaram com a bolha imobiliária.

Para o presidente do Crea Paraná, a alteração da norma abre um precedente perigoso e também ignora as recomendações do Conselho de Estabilidade Financeira, órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro mundial.