SEGUNDA, 10/09/2018, 06:00

Entidades fazem documento pedindo manutenção de cronograma do Ministério da Agricultura para fim da vacinação no Paraná

Documento foi entregue ao próprio MAPA e aos candidatos ao Governo do Estado. 

O documento assinado por 39 entidades lembra que desde 2015 existe essa proposta de tentar suspender a vacinação contra a aftosa e que desde essa época o segmento vem se posicionando contra e apresentando estudos técnicos para que o tema seja reavaliado.

No documento, que já foi encaminhado ao Ministério da Agricultura e está sendo entregue aos candidatos ao Governo do Estado, as entidades pedem que a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Paraná siga o calendário do Plano Estratégico do Programa Nacional de Febra Aftosa, do Ministério da Agricultura.

As entidades discordam do pedido feito pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado, Adapar, para antecipar o fim da vacinação para o ano que vem. Profundo conhecedor do assunto, o diretor administrativo e financeiro da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Sgarioni, afirma que há vários riscos por trás da proposta da Adapar e lembra que o Paraná vai ficar isolado e não poderá mais, por exemplo, receber animais de outros estados para recria e engorda. Além do risco sanitário de expor o rebanho à contaminação, a indústria frigorífica paranaense deve sofrer prejuízos com a falta de animais para abate.

Pelo calendário do Ministério, o Paraná deve parar de vacinar em 2021, junto com o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O plano do Ministério é retirar a vacinação gradativamente e por blocos de estados para que o país obtenha o status “livre de aftosa sem vacinação” junto à Organização Mundial de Saúde Animal em 2023.

As entidades acreditam que a antecipação do fim da vacinação tem como objetivo beneficiar a suinocultura e a avicultura e afirmam no documento que a iniciativa não tem legitimidade, nem razoabilidade econômica. Santa Catarina é hoje o único estado brasileiro a ter o status “livre de aftosa sem vacinação”, mas não conseguiu vender a carne que produz a preços maiores no mercado internacional. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, em 2017, o Paraná e Rio Grande do Sul tiveram preço maior que Santa Catarina nas exportações.

Segundo Sgarioni, além de protocolar o documento na Adapar e no Ministério da Agricultura, as entidades também estão entregando o pedido a todos os candidatos que já passaram por Londrina durante a campanha eleitoral.

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