Foi um setembro pra lá de seco e quente. Em relação à quantidade de chuva, tivemos apenas 41 mm durante todo o mês. Quase três vezes menos que a média histórica de 116 mm. No caso das temperaturas, os números também chamam a atenção, os termômetros registraram quase 4º acima da média histórica de setembro.

Em outubro, quando se esperava que a chuva chegasse com força, até agora quase nada. E as temperaturas seguem nas alturas. Nessa primeira metade do mês, elas chegaram a 4,4º acima da média histórica.

A agrometeorologista do IAPAR, Heverly Moraes, classifica a situação como crítica

e diz que a estiagem fez as temperaturas se elevarem ainda mais. No acumulado do ano, a situação também preocupa, choveu menos da metade da média histórica de 1.640 mm anuais. Até agora em 2019, foram apenas 792 mm em mais de dez meses.

A agrometeorologista afirma ainda que a estiagem vem se repetindo mês a mês. A chuva que caiu na tarde dessa segunda-feira, em boa parte da zona norte e na área central da cidade, até serviu para dar uma amenizada no calorão, mas segundo a meteorologista foi isolada e rápida e não deve continuar. E o pior é que a chuva de verdade, talvez só chegue a partir do final de semana.

Heverly Moraes diz que com esse cenário, a situação é extremamente delicada para os produtores de soja. Poucos plantaram em setembro e quem se arriscou, de acordo com a agrometeorologista, muito provavelmente vai ter que replantar.

A coisa anda tão complicada, que os produtores da região já estão preocupados com o comprometimento do milho safrinha.

Segundo o Departamento de Economia Rural, da Secretaria Estadual de Agricultura, até o dia oito de outubro apenas 22% da área de soja estimada em 5,4 milhões de hectares foi semeada. Nessa mesma época do ano passado, o índice estava em 38%. Segundo o Deral, o estado deve produzir nesta safra um volume entre 18 e pouco mais de 20 milhões de toneladas de soja.