O Tribunal de Contas do Estado divulgou uma lista com nomes de agentes públicos de todo o Paraná que tiveram as contas reprovadas ou consideradas irregulares pelo órgão. São 1.083 pessoas, sendo 40 de Londrina, entre elas os ex-prefeitos Barbosa Neto e Nedson Micheleti e o ex-vereador Célio Guergoletto, além de três ex-reitores da UEL, pelo menos dez ex-presidentes ou ex-diretores de órgãos municipais e outros diversos representantes de entidades e associações que já prestaram ou prestam serviços ao poder público.

A lista foi entregue pelo TCE ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que finaliza os últimos preparativos das eleições deste ano. A formalidade atende à Lei da Ficha Limpa, que tem o poder de barrar candidatos condenados em segunda instância ou que tenham pendências como as apresentadas pelo Tribunal de Contas.

Para o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB em Londrina, Alexandre Melatti, a divulgação dos nomes é importante porque, além de ajudar a Justiça Eleitoral a analisar os pedidos de registros de candidatura, traz mais transparência ao processo.

Dos citados na lista, apenas o ex-prefeito Barbosa Neto admitiu publicamente que tem a intenção de concorrer a um cargo de deputado federal nas próximas eleições. Ele foi prefeito de Londrina entre maio de 2009 e julho de 2012, quando teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores acusado de “omissão e negligência” no caso em que vigias bancados pela prefeitura foram flagrados prestando serviço na rádio de propriedade da família dele. Barbosa também já foi condenado em segunda instância pelo desvio de quase 180 mil reais registrado no processo de licitação que contratou de uma empresa para ministrar o curso de formação da Guarda Municipal, em 2010. Atualmente, a defesa do ex-prefeito tentar recorrer da decisão.

O presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB em Londrina lembra que, apesar de todas as pendências, Barbosa e qualquer outro agente público na mesma situação podem registrar a candidatura normalmente, já que, de acordo com ele, a análise dos registros só é feita posteriormente pela Justiça Eleitoral.

Apesar disso, o advogado acredita que é muito difícil um candidato inelegível por conta Ficha Limpa concorrer no processo e ser eleito.