Além do vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Valdeir Pereira, do PHS, o Gaeco cumpriu mandados de prisão temporária contra o presidente do Conselho da Comunidade de Arapongas e dois empresários, um da própria cidade e outro de Mandaguari. As investigações do Ministério Público e Gaeco apontam que os donos da empresa contratada para um serviço digitalização de documentos na Câmara de Vereadores pagaram propina ao vereador, entre 2015 e 2016, quando ele era presidente da Casa. O dinheiro seria repassado ao vereador pelo presidente do Conselho da Comunidade de Arapongas, um laranja do esquema, que recebia o dinheiro desviado. De acordo com o Promotor Jorge Barreto, o ex-presidente da Câmara, Valdeir Pereira, é o foco central das investigações do Ministério Público.

Ainda segundo o Ministério Público, Valdeir Pereira usava a propina para pagar dívidas que tinha com o presidente do Conselho. A investigação revelou que os repasses feitos ao vereador, durante os dois anos em que esteve na presidência da Câmara, eram de R$ 22 mil mensais. O valor total desviado pelo grupo pode chegar a R$ 2 milhões em valores atualizados. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos imóveis, onde foram apreendidas três armas, centenas de cheques e R$ 80 mil em espécie. Os promotores afirmam ainda que o ex-presidente da Câmara de Arapongas teria patrocinado interesses particulares do presidente do Conselho da Comunidade junto ao setor tributário da Prefeitura, auxiliando na redução de impostos devidos de um imóvel.

Além da fraude em licitação, a “Operação Control Z” investiga crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, agiotagem, advocacia administrativa e sonegação fiscal. A investigação foi baseada em depoimentos, interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário autorizadas pela justiça. O advogado do vereador preso, Oduvaldo Calixto, diz que o cliente é inocente e que o contrato foi assinado antes da gestão de Valdeir Pereira na presidência da Câmara.

Em Nota, a Câmara Municipal de Arapongas informou que a Operação teve por objeto somente o Gabinete do Vereador Valdeir José Pereira, o “Maringá”, ex-presidente da Casa e que não houve comunicação oficial das autoridades sobre os motivos da operação. A nota finaliza informando que a Câmara vai colaborar com as autoridades no que for necessário.