SEXTA, 23/02/2018, 18:50

Ex-presidente do Ippul não vai mais ter que usar tornozeleira eletrônica

Denunciada pelo Ministério Público na Operação ZR-3, Ignes Dequech estava com o equipamento desde o início do processo. Decisão é da 2ª Vara Criminal.

O juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina, Delcio Miranda da Rocha, acatou os argumentos da defesa da ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, o Ippul, Ignes Dequech, e determinou a retirada da tornozeleira eletrônica, medida aplicada no início da Operação ZR-3, do Gaeco, que apura vantagens a agentes públicos para mudanças específicas de zoneamento. O pedido foi feito pelo advogado Marcos Ticianelli. Na decisão, a Justiça também derrubou a suspensão da acusada como integrante do Conselho Municipal da Cidade, o CMC. Ela estava afastada do órgão por 180 dias, assim como outros três membros da entidade, o ex-secretário do Ambiente na administração Kireeff, Cleuber Brito, o empresário Luis Guilherme Alho e o servidor da Secretaria de Obras, Ossamu Kaminakagura.

Ticianelli argumentou que a tornozeleira não era mais necessária porque Ignes havia pedido o desligamento do conselho e porque sua eventual participação nos fatos investigados é menos danosa do que os outros réus. Como garantia da ordem pública, o Ministério Público pediu o indeferimento da solicitação de revogação. Os promotores alegaram que a medida não ofende a lei. O juiz entendeu que as situações de suposta corrupção em que a ex-gestora do Ippul aparece na denúncia são menos lesivas do que os demais casos narrados.

Apesar da anulação da monitoração eletrônica, Ignes Dequech não poderá manter contato com os outros investigados e frequentar espaços públicos, como a prefeitura e a Câmara Municipal. No início de fevereiro, o nome dela apareceu na lista de pessoas responsáveis pela revisão do Plano Diretor de Londrina, previsto para ser concluído em setembro deste ano. Porém, o Ippul mudou o decreto assinado pelo prefeito Marcelo Belinati, acrescentando um artigo que ordenava o afastamento de pessoas com pendências judiciais.

O advogado Marcos Ticianelli assegurou que Ignes não irá participar do diagnóstico do planejamento urbano da cidade. A posição do Ippul também vale para Cleuber Brito, Luis Guilherme Alho e Ossamu Kaminakagura.

De acordo com o Ministério Público, os vereadores afastados Mário Takahashi, do PV, e Rony Alves, do PTB, eram os líderes do possível esquema criminoso. A Justiça deu dez dias para a apresentação das defesas prévias dos réus da ZR-3.

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