SEGUNDA, 16/10/2017, 06:20

Ex-primeira dama e mais seis são condenados por fraudes na contratação de instituto em Londrina

Segundo as investigações, Ana Laura Lino, esposa do então prefeito Barbosa Neto, teria recebido cerca de R$ 20 mil para orquestrar contratação do Instituto Atlântico, que prestou serviços na área da saúde na cidade em 2011.

A ação por improbidade administrativa foi concluída pelo juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública, Emil Gonçalves, na última terça-feira. Na sentença, o magistrado condenou a ex-primeira dama do município, Ana Laura Lino, e mais seis pessoas ou entidades pela contratação supostamente irregular do Instituto Atlântico, que recebeu cerca de R$ 5 milhões para realização de uma série de serviços na área da saúde pública em Londrina no ano de 2011. Além de Ana Laura, esposa de Barbosa Neto na época em que ele foi prefeito, a Justiça condenou o próprio instituto e o presidente dele, Bruno Valverde, o ex-secretário de Governo, Fábio de Góes, o publicitário Ruy Nogueira Netto, que havia trabalhado na campanha de Barbosa, e dois empresários.

Na sentença, o juiz destaca que todos os fatos descritos na denúncia pelo Ministério Público foram comprovados durante a análise do processo. De acordo com as investigações, depois de uma reunião no gabinete do então prefeito para discutir a formação do esquema, Ana Laura Lino teria recebido cerca de R$ 20 mil de Bruno Valverde para orquestrar a contratação do Instituto Atlântico dentro da prefeitura e com a ajuda do então secretário de Gestão. O pagamento teria sido feito por Ruy Nogueira Neto.

Ainda conforme a denúncia, a então primeira-dama era a responsável por comandar os processos de licitação que envolviam a Secretaria de Saúde, com ou sem conhecimento do então prefeito, que, inclusive, não foi condenado por que já havia tido o nome excluído da ação em 2013 por conta da falta de provas contra ele. A sentença confirma, ainda, que o Instituto Atlântico também havia prometido repassar mais R$ 300 mil em propina à primeira-dama, o que não foi feito por conta do início das investigações da Operação Antissepsia, que, em 2011, prendeu 23 pessoas suspeitas de participar da contratação irregular do Atlântico e também do Instituto Gálatas. Ana Laura Lino foi condenada a devolver o dinheiro recebido de forma ilícita, ao pagamento de uma multa de R$ 40 mil e à suspensão dos direitos políticos por oito anos. O Instituto Atlântico, por sua vez, além do pagamento de multas, também não vai poder mais contratar junto ao poder público. As penas aplicadas aos outros condenados são semelhantes.

A defesa da Ana Laura informou, apenas, que vai recorrer da decisão em primeira instância no Tribunal de Justiça do Paraná. Os advogados que defendem os demais réus também pretendem apresentar recursos.

Por Pauta CBN

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