SEGUNDA, 27/09/2021, 15:48

Sem dinheiro, produção de radiofármacos para o tratamento do câncer é suspensa pelo governo federal

Em Londrina, onde cumpriu agenda oficial nesta segunda-feira, ministro da Ciência e Tecnologia, afirmou que governo deve repassar emergencialmente R$ 19 milhões para retomar a produção do medicamento.

O anúncio foi feito pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Ipen, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, ainda na semana passada. O órgão informou que deixou de produzir, por absoluta falta de recursos, os chamados radiofármacos, usados em diversos tipos de exames de imagem e no tratamento de câncer. O Instituto produz 85% do total usado no país e enviou sua última grande remessa do medicamento, fundamental para as pessoas com câncer, a hospitais e clínicas de todo o país na segunda-feira da semana passada.

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear estima que cerca de 2 milhões de brasileiros estejam sendo afetados pela falta dos rádiofármacos. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações afirma que, desde junho, vem pedindo ao Ministério da Economia mais recursos. Os técnicos da área dizem que a falta de dinheiro, por conta dos cortes no orçamento, era um problema anunciado. Há cerca de 30 dias, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei que autoriza um crédito suplementar para o Ipen, mas o texto ainda não foi a votação.

Em Londrina, onde cumpriu agenda oficial na manhã desta segunda-feira, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou que o assunto vem sendo tratado pelo ministério desde junho do ano passado e que o problema não é novo.

O ministro disse ainda que aguarda a votação do projeto pelo Congresso para liberação de R$ 34 milhões. Apesar disso, vão faltar R$ 55 milhões, o que segundo Pontes dependerá de outra proposta ainda a ser enviada ao Legislativo. Antes disso, de acordo com o ministro, o governo deve repassar emergencialmente, de outros programas federais, cerca de R$ 19 milhões.

Com a produção dos radiofármacos parada, unidades de saúde e clínicas de todo país se viram obrigados a suspender sessões de tratamento e exames.

No Hospital do Câncer de Londrina, por exemplo, a direção informou à reportagem da CBN que a partir desta semana já não será mais possível atender adequadamente os 600 pacientes com câncer de tireoide.

Os médicos estão avaliando cada caso para ver quem precisa de intervenção imediata e quem pode esperar um pouco.  

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