QUINTA, 16/12/2021, 08:42

Federação das Indústrias divulga balanço do ano e expectativas do empresariado para 2022

Sondagem da Fiep revela que quase 70% deles estão otimistas com o avanço da vacinação e a melhoria do ambiente de negócios. O que preocupa é o cenário macroeconômico.

Em relação a 2021, pouco mais de 60% dos industriais paranaenses avaliaram que o ano foi bom ou muito bom, por conta do crescimento das vendas e dos investimentos realizados. Apenas 11,5% dos pesquisados afirmaram ter tido desempenho “ruim” ou “muito ruim”, e os motivos vão da redução nas vendas ao aumento dos custos de produção. Para 28% a performance foi apenas foi regular em 2021.

Nas três macrorregiões em que o estado foi dividido pela Fiep, resultados diferentes. Cerca de 75% dos entrevistados da macrorregião Oeste declararam ter tido um ano bom ou muito bom. Na macrorregião Norte o índice cai para menos de 59%. E na macrorregião Leste, para pouco mais de 53%. 

Para 2022, quase 69% dos empresários ouvidos disseram que o sentimento é de otimismo ou muito otimismo. Mesmo índice do ano passado, quando a pandemia estava no momento mais complicado e a campanha de vacinação ainda não tinha saído do papel.

Esse otimismo dos empresários é sustentado, principalmente, pela expectativa de aumento nas vendas, de acordo com quase 68% deles; na abertura de novos mercados, para 39%; e na previsão de investimentos para o setor, segundo mais de 33% dos entrevistados pela Fiep. 

Apesar das dificuldades em 2021, o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, avalia que a crise trouxe um aprendizado. Além disso, o avanço da vacinação e a retomada de outros setores da economia, afirma o presidente, também contribuíram para a recuperação das indústrias no ano. 

Carlos Valter Pedro destacou a inflação e os juros altos como um problema para uma recuperação mais robusta do setor em 2022 e disse esperar que as medidas necessárias para a melhoria do ambiente de negócios, entre elas a Reforma Tributária, saiam do papel e ajudem o país a retomar o crescimento. 

A sondagem revelou ainda que para os empresários, questões político-eleitorais, falta de mão de obra, dificuldade de crédito, além da falta de insumos, podem impactar nos negócios em 2022.

O economista da Fiep, Marcelo Alves, diz que um bom sinal de retomada é quando o empresário revela a intenção de investir. E a pesquisa mostrou que quase 73% dos entrevistados têm planos para isso em 2022. 

E as prioridades são a melhoria dos processos, a redução dos custos e a ampliação da capacidade produtiva, o que sugere uma estratégia de reposicionamento, provavelmente, por conta da pandemia, explica o economista.

Marcelo Alves afirma ainda que a pesquisa também mostrou uma certa discrepância entre a expectativa do empresariado para o setor e para o desempenho geral da economia.

Mais de 30% dos entrevistados pela Fiep afirmaram que em 2022 devem apostar em novos negócios e produtos, além de aumentar a capacidade produtiva. E as exportações surgem como um bom caminho para esse crescimento da indústria.

Entre as grandes empresas, quase 92% afirmaram que devem apostar no mercado externo. Entre as médias, o índice cai para menos de 63%. E entre as pequenas, pouco mais de 24% disseram que pretendem vender para fora. 

A pesquisa da Fiep representa mais de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos e que geram mais de 800 mil empregos em todo o estado. 

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