QUINTA, 09/05/2019, 19:23

Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos lota anfiteatro da UEL em Audiência Pública sobre o tema

Dados apresentados por procuradora Regional do Trabalho impressionaram produtores rurais, estudantes e ambientalistas que participaram do encontro.

Os dados são alarmantes. Entre 2007 e 2013, o uso de agrotoxicos no Brasil aumentou 60%, mas a área plantada cresceu apenas 20%. Só esse ano, foram liberados no país 166 novos tipos do produto. Desses, 73 são altamente ou extremamente tóxicos. O Brasil também é hoje o maior fabricante do mundo.

E entre as lavouras que mais usam agrotóxicos, algumas das que predominam em boa parte do norte do Paraná e sul de São Paulo, a soja, a cana e o milho,

Os números foram apresentados pela procuradora Regional do Ministério Público do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, durante a Audiência Pública do Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, promovida pelo Ministério Público do Paraná e Ministério Público do Trabalho, da 9ª Região.

O encontro foi realizado na tarde esta quinta-feira no anfiteatro Cyro Grossi, no campus da UEL. A Procuradora Regional do Trabalho afirma que as audiências têm o objetivo principal de trazer a verdade e alertar a sociedade para o tamanho do problema. Ela diz que o momento é crítico e que informação é fundamental para tentar mudar essa realidade.

Só em Londrina, de 2012 a 2017, foram consumidas quase 5.500 toneladas dos mais diversos agrotóxicos. Outro ponto discutido durante o evento, uma grande preocupação de ambientalistas e produtores rurais, é a pulverização de agrotóxicos por aviões. Margaret de Carvalho, uma insanidade ainda largamente utilizada em várias regiões do país.

E o veneno não está apenas no ar e nos alimentos que consumimos. Segundo a procuradora, um estudo recente feito a partir de dados do Ministério da Saúde revelou que a água que bebemos em Londrina e centenas de outras cidades do país está contaminada por 27 tipos diferentes de agrotóxicos.

Quem participou da Audiência Pública saiu impressionado com o tamanho do problema. A estudante do curso de Biologia, Ligia Martins, diz que, apesar do assunto não ser novidade na área dela, os números apresentados são gritantes.

A produtora rural Alcilene Gomes, veio de Apucarana e também ficou impressionada com a palestra e os números mostrados.

A Audiência Pública em Londrina foi a quarta realizada pelo Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, que já passou também por Curitiba, Campo Mourão e Maringá.

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