TERCA, 04/09/2018, 19:42

Inadimplência de micro e pequenas empresas cresce em julho e bate novo recorde

Indicador da Serasa Experian mostra que mais de 5,2 milhões têm contas em atraso. Crescimento foi de 10% em um ano.

O Brasil fechou o mês de julho com mais um recorde histórico da inadimplência entre as micro e pequenas empresas. O indicador da Serasa Experian, mostra mais de 5,2 milhões empresas do segmento que encerraram o mês com contas em atraso. É o maior número já apurado pela instituição desde março de 2016, quando começou o levantamento. O aumento foi de 9,4% na comparação com julho de 2017, que teve quase 4,8 milhões de micro e pequenas empresas inadimplentes.

O economista e consultor econômico da ACIL, Marcos Rambalducci, avalia que o aumento na inadimplência entre micro e pequenas empresas revela uma recuperação lenta e ainda muito frágil da economia. E nesse cenário, segundo Rambalducci, os pequenos são sempre os que mais sofrem.

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, o setor de Serviços permaneceu à frente no quesito inadimplência, com quase 47% do total, o Comércio com 44,3% veio na sequência e a Indústria, com 8,6% ficou bem distante dos outros dois e aparece em último lugar.

Todas as regiões do país apresentaram alta na variação mensal do indicador. O Sul manteve o terceiro lugar, com quase 16% do total de micro e pequenas empresas inadimplentes do país. No Paraná, que manteve o quinto lugar no ranking, com quase 6%, a alta foi de 0,7% de junho para julho.

Para Rambalducci, a expectativa positiva para a economia que existia no início do ano não se concretizou, muito por conta da insegurança política e de decisões macroeconômicas que estimulassem investimentos.

O consultor da ACIL afirma não ter expectativa de um fim de ano positivo. Para Rambalducci, o negócio é tocar os próximos meses e aguardar pelo novo presidente e as medidas macroeconômicas que deve tomar.

A instabilidade da economia também surge nos números do Sistema de Proteção ao Crédito da ACIL, que de julho para agosto não registrou grandes alterações, mas no acumulado do ano o percentual de pessoas que entrou para a lista de inadimplentes da instituição registrou um aumento de 30%.

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