Um grupo de pelo menos dez indígenas, todos da mesma família, ocuparam a sede da Funai, em Londrina, durante a manhã desta segunda-feira. Eles realizaram o protesto em resposta ao tratamento inadequado que estariam recebendo na aldeia kaingang de São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, já há alguns anos. Os indígenas contam que sempre foram perseguidos pelo cacique da aldeia, e que, em algumas ocasiões, chegaram a ser agredidos. O estopim da confusão teria acontecido no final de semana, quando parte do grupo resolveu registrar um boletim de ocorrência dando conta das ameaças. Em resposta, de acordo com a denúncia, o cacique mandou que as três casas onde os indígenas moravam fossem incendiadas. As informações foram repassadas à CBN por Neusa Cândido, que faz parte do grupo de indígenas responsável por ocupar a sede da Funai em Londrina. Ela destaca que sempre procurou ajuda na fundação, mas que nunca recebeu respaldo da coordenação regional do órgão.

Neusa conta, ainda, que a família dela sempre foi hostilizada pelo cacique, que boa parte dos membros resolveu se mudar para a reserva do Apucaraninha, em Tamarana, há cinco anos, e que os que sobraram continuaram sendo perseguidos.

A CBN tentou contato com o cacique da aldeia de São Jerônimo da Serra, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Já a coordenação da Funai em Londrina informou apenas que, por enquanto, não deve se manifestar sobre o caso. Nós também enviamos os questionamentos à assessoria de imprensa da fundação em Brasília, mas ainda não recebemos respostas. Os indígenas garantem que devem continuar com a ocupação do prédio do órgão em Londrina até uma solução ser apresentada.