Números extremamente negativos. Esse foi o saldo da greve dos caminhoneiros para a indústria brasileira. Em maio, o setor acumulou queda na produção, aumento da ociosidade e também dos estoques. É o que revela a Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria.

O nível de emprego também registrou queda em maio. O economista da Federação das Indústrias do Paraná, Roberto Zurcher, diz que o setor, que já estava com dificuldades de se recuperar da crise, foi ainda mais prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros.

O economista da Fiep destaca que a queda na utilização da capacidade instalada da indústria representa também uma perda para o setor, por conta dos investimentos feitos para aumentar a produção.

De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, a greve dos caminhoneiros foi mais prejudicial para as grandes empresas. Roberto Zurcher afirma que a explicação para isso está nas distâncias para os grandes mercados.

A Sondagem Industrial destaca ainda que a greve dos caminhoneiros também atingiu o otimismo dos empresários. O economista da Fiep ressalta que o índice de confiança do empresariado, indicador levantado mensalmente pela Federação, e que será divulgado nos próximos dias, também vai apresentar uma queda significativa: entre 10% e 15%.

A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria foi feita entre os dias 4 e 14 de junho, com 2.204 indústrias, 920 de pequeno porte, 780 médias e 504 de grande porte.