TERCA, 26/04/2022, 18:06

Inflação e redução da oferta provocam alta generalizada do leite no Paraná

Em março, quase todos os derivados do produto atingiram os maiores valores da história, ajudando o setor a se recompor dos números negativos dos últimos meses e complicando a vida do consumidor.

O valor de referência do leite, usado como base nas negociações entre produtores e indústria, fechou março com alta de 12%. E as projeções indicam que os preços, alavancados pela inflação e pela redução da oferta, devem manter a tendência de alta e sofrer um novo aumento, de mais 8% em abril.

Segundo a Federação da Agricultura do Paraná, praticamente todos os derivados tiveram reajustes significativos nos preços nos últimos meses, chegando aos maiores valores nominais da história. Com esse cenário, o setor, que viveu um momento difícil no segundo semestre de 2021 e início deste ano, ensaia uma recuperação, com o valor de referência do leite podendo chegar, no fim deste mês, a pouco mais de R$ 2,21.

O economista e professor da UTFPR, Marcos Rambalducci, diz que essa alta no preço do leite e seus derivados, inclusive para o consumidor final, é resultado de aumento expressivo dos custos nos últimos meses, que acabaram levando a uma queda significativa na produção.

Os dois produtos mais comercializados no Paraná, o queijo muçarela e o leite longa vida, que juntos respondem por 1/4 do mercado de lácteos, tiveram aumentos superiores a 20%, em apenas dois meses. No caso da muçarela, a alta foi de quase 25% de fevereiro para março.

A grande questão, afirma Rambalducci, é como devem se comportar os preços do leite e seus derivados nos próximos meses com a chegada do inverno e a redução na oferta do produto.

Além do muçarela, outros queijos também tiveram alta significativa em março. O prato, por exemplo, subiu quase 15%. Aumento semelhante ao do provolone e do requeijão. No caso do leite em pó, o reajuste foi de pouco mais de 8%. Já o creme de leite teve alta de mais de 16%.

O iogurte, que em março chegou ao seu valor nominal mais alto da história, registrou queda em abril, mas ainda assim teve reajustes nos preços, em relação a fevereiro, de quase 6%.

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