SEGUNDA, 12/10/2020, 06:25

Inverno com chuvas abaixo da média e ainda insuficientes para a agricultura do estado

Relatório aponta que precipitações do terceiro trimestre vão impactar na produtividade de diversas culturas e podem até atrasar plantio das lavouras de verão.

O levantamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura mostra que, apesar de ter sido um agosto atípico, o volume de chuvas que caiu em todo o estado no terceiro trimestre do ano foi insuficiente para a agricultura do estado. As temperaturas também estiveram acima do normal em todas as regiões. E segundo o departamento, essas alterações devem ter forte impacto na produtividades de diversas culturas e ainda atrapalhar o plantio das lavouras de verão.

Em julho, por exemplo, o volume de chuva foi muito inferior à média histórica em todo estado. A situação mais dramática foi na Região Noroeste, onde foram apenas 9,2 mm, o equivalente a 11% da média do mês, com uma redução de 89% no volume. Aqui na Região Norte também houve uma redução expressiva de 83% no volume de chuvas, a média foi de 13,9 mm em julho.

Apesar do agosto atípico, como já adiantamos, e que aqui no norte do estado registrou mais que o dobro do volume médio para o mês, em setembro a situação voltou a piorar, por conta da baixíssima precipitação acumulada. Na região Noroeste, por exemplo, o volume foi de somente 6% da série histórica. E aqui na região Norte, não passou de 14% do que normalmente choveria no mês.

A agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural, antigo IAPAR, Heverly Moares, fala em um inverno crítico. A estação, que historicamente é um período com menos precipitação, teve um 2020 ainda pior, apesar do agosto atípico, afirma a agrometeorologista.

Com o Paraná enfrentando a maior seca da história, e uma estiagem que vem desde junho de 2019, Heverly Moraes diz que o déficit hídrico aqui da região, que vem alto há um bom tempo, já começa a ter reflexos, por exemplo, no plantio das culturas de verão.

Além da estiagem prolongada, a agrometeorologista cita as temperaturas acima da média para a época, que ajudaram a reduzir ainda mais a umidade do solo e do ar.

Heverly Moraes diz também que, a partir de agora, com a chuva que caiu no fim da semana passada e rompeu o bloqueio atmosférico que estava sobre a região, a situação deve se normalizar.

A agrometeorologista afirma ainda que toda essa instabilidade e irregularidade do clima são fruto da influência do La Niña, o fenômeno que partir da diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Central causa alterações no regime de chuvas de todo o continente.

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