SEGUNDA, 13/06/2022, 17:55

Júri mais longo de Bela Vista do Paraíso termina com condenação de quatro réus a penas de até 28 anos

Julgamento do crime, ocorrido em 2017 em uma área de invasão rural de Alvorada do Sul, segundo promotor foi emblemático, já que o caso gerou grande expectativa na população local e desafiou a polícia.

O mais longo julgamento da história do Tribunal do Júri de Bela Vista do Paraíso terminou com os quatro réus denunciados pelo Ministério Público condenados por homicídio. Na sessão, que começou na manhã do dia 7 de junho e só terminou 48 horas depois, no dia 9, o mandante do crime, ocorrido em dezembro de 2017, foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio qualificado, homicídio tentado qualificado e formação de milícia privada.

Os outros três homens receberam penas que variam de pouco mais de 18 anos de reclusão a quase 25 anos. Entre os crimes, corrupção de menores, já que, segundo o MP, o grupo teria cooptado um adolescente, com 15 anos à época, para participar dos delitos. Os nomes dos condenados não foram divulgados.

Os crimes ocorreram em uma área de invasão rural de Alvorada do Sul, que pertence à Comarca de Bela Vista, e a motivação para o crime, de acordo com o Ministério Público, foi o fato da vítima não ter acatado a ordem do líder da invasão de ir embora da propriedade em que morava, por que queria vender o imóvel para outra pessoa.

Como a vítima se recusou a deixar o local, o réu planejou o crime com a ajuda dos cúmplices. As vítimas, dois homens, que também não tiveram os nomes divulgados pelo MP, foram emboscadas ao passar de moto na frente da casa do líder da invasão e, depois de perseguidas e derrubadas, acabaram atingidas com vários tiros. Um deles, o que residia no terreno em disputa, acabou morto com um tiro na cabeça, à queima roupa. Já o amigo, conseguiu fugir, sobreviveu e foi peça fundamental no processo.

O promotor de justiça da Comarca de Bela Vista, Pedro Henrique Castelan, explica que, no total, o Ministério Público denunciou 12 pessoas por participação nos crimes, mas o processo acabou dividido em três, com apenas quatro acusados julgados agora, sendo que três deles já estavam presos preventivamente.

O promotor diz ainda que foi um caso emblemático, que gerou grande expectativa na população local e que desafiou a polícia e o judiciário.

Comentários