SEXTA, 28/08/2020, 11:11

Justiça condena ex-diretor da Acesf acusado de desvio de mais de R$ 800 mil

O então diretor teria recebido pagamentos em dinheiro ou cheque de fornecedores, mas não recolhia para autarquia

A juíza substituta da 5ª vara criminal de Londrina, Claudia Andrea Bertolla Alves, condenou por peculato,  que crime cometido contra a administração pública, o ex-servidor municipal Paulo César dos Santos a sete anos de prisão  em regime semiaberto por desvio de mais de R$ 802 mil, em valores atualizados.

Paulo Cesar Santos ocupava o cargo de diretor da autarquia municipal que administra cemitérios e serviços funcionários entre os anos de 2013 e 2016 quando ocorreu  desvio de recursos. Segundo a apuração, serviços funerários prestados por fornecedores que teriam que entrar no caixa da Acesf eram embolsados por ele. O então diretor recebia os pagamentos em dinheiro ou cheque, mas não recolhia para autarquia. Ou seja, ele emitia recibos ou guias de pagamentos falsos e ficava com o valor, segundo a denuncia do Ministério Público.

Em um dos trechos da sentença, a magistrada narra que o ex-servidor “valeu-se das falhas estruturais existentes nos controles internos da Acesf para praticar os delitos, deixando de comunicar as fragilidades no sistema.

Com 32 anos de carreira, o então servidor municipal foi demitido do Prefeitura de Londrina em 26 de outubro de 2017 após conclusão do processo administrativo disciplinar aberto pela Corregedoria-Geral do Município. A decisão assinada pelo prefeito Marcelo Belinati (PP).

Ele negou as acusações durante todo o processo. Procurada pela reportagem, a advogada Ana Paula Barbosa da Silva, que defende o ex-servidor público, não foi localizada para comentar o caso.

Esse não foi um caso isolodo de corrupção na Acesf,  Em 2011 um grupo servidores da Acesf foi demitido pela Prefeitura Municipal de Londrina.  Isso porque em 2008 esses funcionários foram denunciados pelo Ministério Público acusados de participarem do escândalo que ficou conhecido como 'Caso Tanatopraxia'.
No esquema, familiares de pessoas mortas eram coagidos por funcionários da Acesf a contratarem os serviços de duas empresas que faziam o serviço de tanatropraxia - procedimento específico para preparação de cadáveres. Caso os familiares contrariassem as ordens, em represália, havia a ameaça por parte dos servidores de anteciparem velórios e enterros.

Por Guilherme Marconi

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