SEXTA, 17/09/2021, 18:58

Justiça quebra sigilo da 5ª fase da Operação Imperium

Reportagem da CBN Londrina teve acesso a provas da investigação que confirmam o pagamento de propina e até a realização de churrascos dentro de uma delegacia da capital.

Com a revogação do sigilo pela Vara Criminal de Ibiporã, uma série de provas da relação íntima entre os policiais civis e o empresário Jefferson Goes se tornaram públicas. A reportagem da CBN Londrina teve acesso a detalhes da investigação conduzida pelo Ministério Público, com farto material demonstrando, inclusive, alguns pagamentos feitos aos sete agentes públicos presos.

Além disso, o processo traz fotos de alguns dos policiais em churrascos com o empresário dentro da carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba. Entre as provas também há mensagens de aplicativos entre os investigados, em que os agentes pedem dinheiro a Jefferson Goes. Em outro trecho das conversas, o empresário diz que já teria gasto R$ 2 mil apenas em compras para os policiais civis presos e que chegou a visita-los três vezes na carceragem da delegacia da capital.

Em um dos áudios do processo a que a reportagem da CBN Londrina teve acesso, um dos policiais presos e Jefferson Goes, discutem o pagamento de mais uma propina e demonstram que houve desacertos dentro do grupo na hora da divisão do dinheiro.

A 5ª fase da Operação Imperium foi deflagrada pelo Ministério Público na última quinta-feira e cumpriu dezessete mandados de busca e apreensão em Londrina e região, além de três medidas cautelares determinadas pela Vara Criminal de Ibiporã. Entre os crimes investigados pela operação do Gaeco, lavagem de dinheiro, corrupção e exploração do jogo do bicho e caça-níqueis.

As ordens judiciais da 5ª fase da operação foram cumpridas em Londrina, Telêmaco Borba e Curitiba e tiveram como alvos, além da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos da capital, endereços ligados ao delegado preso, a dez investigadores, um guarda municipal, um comerciante, seis empresários e uma outra pessoa subordinada ao grupo.

A nova fase da investigação apura justamente a participação dos agentes públicos nos crimes de corrupção, que segundo MP teriam recebido propina entre 2017 e 2021 para fecharem os olhos e não investigarem a exploração do jogo do bicho e de caça-níqueis. 

O Gaeco também suspeita de que houve vazamento de informações sobre a realização de operações da Polícia Civil e até que alguns dos investigados também investiram dinheiro na exploração dos jogos de azar.

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