SEXTA, 25/05/2018, 17:52

Justiça suspende trabalhos de Comissão Processante que investiga Mário Takahashi e Rony Alves

Advogado do presidente afastado da Casa diz que ele não poderia ser notificado sobre depoimentos por edital. Procuradoria da Câmara diz que vai recorrer e já pediu ao juiz responsável pelo caso mais informações sobre a decisão.

Seriam os primeiros depoimentos da Comissão Processante que investiga os vereadores afastados por determinação judicial, Mário Takahashi e Rony Alves. As cinco testemunhas, entre elas o homem que denunciou o esquema, o empresário Júnior Zampar, foram escolhidas pelos membros da CP.

Além dele, iriam depor na Comissão o irmão Carlos Zampar, Cleuber Moraes Brito, dono de uma consultoria ambiental e que integrou o Conselho Municipal da Cidade, o servidor da Prefeitura de Londrina, engenheiro civil Ossamu Kaminagakura, e o empresário Luis Guilherme Alho. Mas pouco antes do início dos depoimentos, uma liminar da justiça, suspendeu, não só as oitivas, mas todos os trabalhos da Comissão.

O advogado de Takahashi, Anderson Mariano, que fez o pedido à justiça, afirma que além do vereador ter sido notificado apenas por edital, e não pessoalmente, como determina a legislação, foram apresentados outros argumentos ao juiz Emil Gonçalves, responsável pelo caso. Com a decisão, os trabalhos da Comissão Processante foram suspensos.

A Câmara diz que um pedido de transferência dos depoimentos chegou a ser feito pela defesa do presidente afastado da Casa, Mário Takahashi. Mas antes mesmo de uma decisão interna, chegou a ordem judicial determinando a suspensão dos trabalhos da CP.

O Procurador Jurídico da Câmara, Miguel Aranega, diz que o Decreto 201, que regula o tema, prevê a notificação por edital. O Procurador afirma que foram várias tentativas de notificar pessoalmente os dois vereadores, mas Takahashi não foi encontrado.

Segundo Aranega, a Procuradoria protocolou, ainda na tarde de sexta-feira, um pedido de esclarecimentos ao juiz. A Procuradoria da Câmara quer saber se a decisão suspende apenas os depoimentos desta sexta-feira ou todos os trabalhos da CP.

A Comissão Processante, que investiga uma possível quebra de decoro dos dois parlamentares investigados pela Operação ZR 3, foi instalada no dia 17 de abril, por 15 votos a favor e 4 contra.

As investigações do Gaeco apuram um esquema de corrupção para mudanças de zoneamento na cidade. Além dos dois vereadores, são mais 11 réus no processo. A CP tem como presidente o vereador José Roque Neto, do PR, João Martins, do PSL, como relator; e Vilson Bittencourt, do PSB, como membro.

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