SEGUNDA, 14/10/2019, 06:47

Levantamento feito por Ong mostra que atropelamentos matam mais de um animal silvestre por dia nas estradas da região

Somente na PR-538, que corta o Parque Estadual Mata dos Godoy, foram 166 mortes. Para representante da Ong MAE, situação é alarmante e demanda providências dos órgãos que atuam na área.

Em 10 meses de monitoramento em três das principais rodovias que cortam Londrina, a Ong MAE registrou a morte de 337 animais por atropelamento, uma média de mais de um bicho por dia. Isso sem contar com os que acabam morrendo dentro da mata. Na PR-538, que corta o Parque Estadual da Mata dos Godoy, foram 166 mortes. Já na PR-445, mais 119 e na PR-218, outras 52 mortes.

O gestor ambiental da Ong Meio Ambiente Equilibrado, Gustavo Góes, diz que temos uma malha viária construída sem preocupação com os animais e avalia que os números são alarmantes. Ele destaca a quantidade de animais mortos na estrada da Mata dos Godoy, a rodovia com o maior número de atropelamentos, e aponta algumas possíveis soluções para tentar minimizar o problema.

Um dos últimos casos foi o de uma anta, espécie da Mata Atlântica ameaçada de extinção, que morreu atropelada por um motociclista na estrada da Mata dos Godoy. O motociclista teve apenas ferimentos leves.

A anta era um indivíduo macho, aparentemente saudável e pesava mais de 200 kg. O pesquisador da Ong MAE lamenta a morte do bicho, o maior mamífero terrestre da América do Sul e conhecido como o "jardineiro da floresta", por ser um excelente dispersor de sementes, contribuindo para a manutenção, principalmente, do que resta de Mata Atlântica no país.

A estimativa da Organização Não Governamental é de que existam em Londrina menos de 150 antas.  Em uma década, a tendência, segundo os pesquisadores da Ong MAE, é de que o animal desapareça por completo do território da cidade.

Gustavo Góes diz que a Ong vem pressionando o DER e o IAP para que adotem medidas que possam reduzir o número de mortes de animais nas rodovias da região. Uma delas, já definida, é a inclusão de duas passagens subterrâneas no trecho da PR-445 que está sendo duplicado pelo Governo do Estado.

O representante da Ong afirma ainda que no caso da estrada da Mata dos Godoy, um ponto crítico de atropelamentos, a solução seria a instalação de cercas, em alguns trechos com mais casos, e de redutores de velocidade.

Gustavo Góes diz que a instituição está finalizando um relatório sobre a situação e que deve ser entregue nos próximos dias ao DER, IAP e Prefeitura de Londrina.

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