SEGUNDA, 26/09/2016, 00:50

Londrinense tem trocado mais da metade dos vereadores nas últimas seis eleições

Desde 1992, o índice médio de renovação das cadeiras do Legislativo local é de 55%. Neste ano, serão ao menos quatro novos parlamentares na Casa.

Um levantamento realizado pela nossa reportagem com base em dados das últimas seis eleições municipais em Londrina demonstra que, desde 1992, a renovação média na Câmara de Vereadores têm sido de 55%. Ou seja, o eleitor da cidade costuma trocar mais da metade dos parlamentares a cada pleito. Em 92, o percentual foi de 57%. Índice que subiu para 66% em 1996 – essa é a maior taxa dos últimos 24 anos. Em 2000, a renovação se manteve alta, com 61%. Já em 2004 foi registrado o menor percentual dessa série histórica, quando os novos vereadores ocuparam 38% das cadeiras da Casa. Porém, bastou uma crise política na legislatura, em que parlamentares foram investigados e afastados, para que o índice voltasse a subir. Nas eleições de 2008, a renovação passou para 63%. Já no último pleito, em 2012, essa taxa foi de 47%.

Para o analista político e professor de Filosofia Política e Jurídica na UEL, Elve Cenci, a aparição de novos nomes na câmara está diretamente ligada ao surgimento de escândalos e crises nas legislaturas.

Diferentemente de períodos turbulentos que já atingiram o Legislativo de Londrina, os últimos quatro anos têm sido de calmaria na Casa, mas, segundo Elve Cenci, calmaria “até demais”. O especialista observou que há um certo “acomodamento” na relação entre os vereadores e a prefeitura.

A primeira legislatura da Câmara Municipal de Londrina, em 1947, tinha 15 parlamentares. Quatro mais tarde, em 1951, o número subiu para 20 e se manteve nesse patamar até 1968. Já de 1969 até 2004 foram 21 cadeiras. Quantidade que foi reduzida a 18 de 2005 a 2008. De 2009 para cá são 19 vereadores no município.

Perguntado sobre iniciativas que tentam reduzir a quantia de parlamentares, o analista político disse que não concorda com tais medidas, já que, conforme Cenci, é possível debater o enxugamento dos custos do Legislativo sem diminuir o número de cadeiras.

Para a próxima legislatura, a renovação na Câmara de Vereadores de Londrina será de, no mínimo, 21%, já que quatro parlamentares não disputam a reeleição.

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