TERCA, 31/03/2020, 19:00

Medidas ajudaram o setor produtivo, mas ainda são tímidas, afirma presidente da ACIL

Principal preocupação de Fernando Moraes é a operacionalização dessas medidas pelas três esferas de Governo.

Na sexta-feira passada, o Governo Federal anunciou uma série de medidas para tentar reduzir os impactos econômicos gerados pelo isolamento social, o fechamento do comércio e a redução das atividades em diversos setores. Entre as medidas, a criação de uma linha de crédito para as pequenas e médias empresas pagarem os salários dos empregados por até três meses, com a garantia de que não demitirão nesse período.

No total, o investimento pode chegar a R$ 40 bilhões e atingir quase 1,5 milhão de empresas e mais de 12 milhões de trabalhadores. Podem aderir ao financiamento, as empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões anuais. Os juros são de 3,75% ao ano com seis meses de carência e pagamento em até 30 meses.

O Governo do Estado também anunciou seu pacote de medidas para a área econômica, que de acordo com o Executivo soma R$ 1 bilhão e será distribuído em linhas de crédito, a juros mais baixos, para o setor produtivo e pequenos empreendedores, além da ampliação dos prazos de financiamentos das prefeituras e dos impostos para cerca de 40 mil empresas.

Na esfera municipal, o prefeito Marcelo Belinati anunciou, nesta terça-feira, seu pacote para tentar ajudar a economia da cidade a reagir. Entre as medidas, a redução de aproximadamente R$ 81 milhões nas despesas do Executivo, com o corte de horas extras, com exceção da saúde, assistência social e fiscalização, e das viagens sem relação com a pandemia.

A prefeitura também vai enviar um projeto à Câmara para aportar R$ 2 milhões em um fundo garantidor e com isso abrir uma linha de crédito para micro, pequenos empresários e autônomos, com empréstimos de até R$ $ 60 mil, carência de até seis meses e juros a partir de 0,5%. Metade do dinheiro virá do Legislativo e o fundo só vai ser usado em caso de inadimplência.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina, Fernando Moraes, as medidas, apesar de darem um respiro para os setores produtivos, ainda são tímidas e vão precisar, em breve, de um reforço.

Moraes avalia que a grande dificuldade do poder público, nas três esferas, vai ser a operacionalização de algumas medidas e cita como exemplo o pagamento do chamado Coronavoucher, de R$ 600, para os trabalhadores informais.

Perguntado sobre a reabertura do comércio, prevista para ocorrer na próxima segunda, dia 6, mas ainda com restrições, o presidente da ACIL afirma que os empresários estão animados, mas diz também que a decisão final é das autoridades municipais da área da saúde.

O decreto municipal que determinou o fechamento do comércio da cidade começou a vigorar no dia 22 e é válido por 15 dias, com prazo prorrogável por mais 15. Durante o período, apenas serviços essenciais como farmácias, supermercados e postos de combustíveis podem funcionar.

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