QUINTA, 21/02/2019, 19:19

Ministério Público envia recomendação ao prefeito de Rolândia para exonerar filha de juiz e tio de vereador

Os dois foram nomeados em cargos comissionados após retorno de Doutor Francisconi que estava afastado pela Justiça por conta de denúncias da Operação Patrocínio.

O promotor do Gepatria (Grupo especializado na Proteção do Patrimônio Público e Combate à Corrupção), Renato de Lima Castro, enviou uma recomendação administrativa ao prefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB). O documento solicita que o prefeito faça a exoneração de Caroline Naldi Ludovico que desempenha cargo comissionado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Nomeada na segunda-feira (19), Caroline é filha do juiz criminal Alberto José Ludovico, o magistrado que foi o responsável por julgar as medidas cautelares contra o prefeito e todo o processo criminal, em primeira instância, no âmbito da Operação Patrocínio.

A investigação apontou o pagamento de mais de R$ 230 mil em propina para o pagamento de contratações de serviços sem a realização de licitações.

Na recomendação, o promotor exige a exoneração Odivaldo Moreno Alves que também foi nomeado em cargo comissionado para Secretaria de Infraestrutura. Odivaldo é tio do vereador Irineu de Paula (PSDB) que presidiu a Comissão Processante que investigou Francisconi na Câmara. O vereador tucano se absteve em plenário, o voto garantiu que o prefeito não fosse cassado pela Câmara no início do mês.

O promotor classificou de “transnepotismo” a nomeação dos dois cargos e escreveu que a nomeação materializa a troca de favores entre os poderes.  
Castro deu prazo de 15 dias para que os pedidos sejam atendidos. Segundo o Ministério Público o não acolhimento da recomendação poderá levar a abertura de ação civil de improbidade administrativa.  Diante da polêmica nomeação, Odivaldo Alves pediu a saída do cargo no final da tarde desta quinta.  O prefeito não se pronunciou sobre o caso  Já o vereador Irineu de Paula encaminhou nota na qual diz que não teve qualquer interferência na nomeação, ato que seria exclusivo do Chefe do Poder Executivo e destacou que não teve qualquer contato com o Luiz Francisconi Neto desde o afastamento;   A CBN tentou contato com o juiz criminal e com os servidores que são alvos da recomendação, mas os agentes públicos não foram encontrados.

Por Guilherme Marconi

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